sexta-feira, 21 de junho de 2013

A GREVE CONTINUA, Crónicas de um processo sem fim à vista

A Fenprof decidiu prolongar para a próxima semana a greve às reuniões de avaliação.
Esta decisão não surpreende porque, como afirmei, em resultado da greve cumprida a 17 de Junho nada se alterou no que respeita aos motivos enunciados para recorrer à greve. Neste contexto não é estranha a decisão de continuar esta forma de protesto.
Por outro lado, esta decisão também não surpreende pela continuação de um clima de crispação e de confronto entre o Governo e os professores e os seus representantes, com episódios e discursos absolutamente lamentáveis tendo sempre como pano de fundo a diabolização dos sindicatos e dos professores.
Já afirmei que não esqueço como o universo da educação está contaminado pelos interesses da conflitualidade político-partidária da partidocracia e isto tanto envolve o governo como os representantes dos professores.
No entanto, como já referi, creio que o Governo não percebeu, ou não quer perceber, que nesta altura, o mal-estar, o cansaço, a indignação e desesperança que afectam os professores sustentam um clima e uma atitude de crítica que está para além da esfera de influência dos sindicatos.
Os níveis conhecidos de adesão à greve parecem indiciar isso mesmo.
Temos assim instalada uma situação em que as posições não parecem conciliáveis e as relações são de desconfiança e ataque tudo o que se precisa para ter um conflito sem fim à vista.
O Governo já deu mostras de uma insensata e insensível persistência num caminho de que não abdica. As suas políticas e opções já não colhem sequer apoios dentro dos partidos que suportam a coligação, mas nada parece demover Passos Coelho e os génios e geniozinhos que o rodeiam e a considerar inflectir o caminho.
Está claro que esta gente que nos governa, enquanto o fizer, não altera políticas, valores e práticas. Vai ficando também mais claro o que Nuno Crato queria dizer quando se referia à implosão do Ministério, é uma questão de tempo.
A questão já não passa por esperar mudança de políticas com esta gente. Provavelmente o caminho terá de passar por outra gente e, obviamente, por outras políticas.
O que me preocupa, mas preocupa mesmo, são as alternativas, ou melhor, a falta delas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Circula pelos Blogs:

"Apelamos à participação massiva de PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, PAIS e ALUNOS - SÁBADO 14h, EM FRENTE AO MOSTEIRO de ALCOBAÇA.

APAREÇAM vestidos de PRETO, em SILÊNCIO e LUTO pela Educação.
Que ninguém fique em casa!"