Uma das mensagens na área das vendas que acho muito
interessante, é a referência à venda de carros em estado “semi-novo” algo que
não sei como definir, o carro não é novo mas também não é velho e temos a velha
diferença ente o optimista e o pessimista que olham para o copo de água, um
vê-o meio cheio, o outro … meio vazio.
Serve esta bizarra introdução para me referir à inexistência de acordo
entre o MEC e os sindicatos dos professores. Na verdade, parece que não existe
um acordo mas, por outro lado, algumas coisas foram acordadas, isto é, chegou-se a um semi-acordo.
Do meu ponto de vista, a coisa não é de estranhar. O MEC
nunca estaria na disponibilidade de rever significativamente as suas posições
sobre mobilidade, despedimentos e horários e os sindicatos começam a sentir a dificuldade
aguentar um braço de ferro interminável e com custos sociais que
progressivamente se tornam mais pesados.
Assim, estabelecem-se alguns aspectos que me parecem positivos,
a consideração do trabalho de direcção de turma como trabalho lectivo, embora, é
minha convicção,ainda se justificasse algum aligeirar do trabalho de natureza
mais burocrática exigido aos directores de turma, a consideração também como
trabalho lectivo, das substituições, coadjuvações e apoios a alunos para todos
os professores, deixando assim de discriminar inaceitavelmente os professores
com “horário zero”, já de si uma situação insustentável.
Lateralmente, também me parece que os ajustamentos no
calendário escolar o tornaram mais equilibrado.
De tudo isto resulta a ideia de que não se pode lançar fumo
branco pela chaminé da 5 de Outubro, não há acordo, mas a greve às avaliações
termina, e como se espera, os actores envolvidos vão tentar, da melhor forma
que conseguirem, capitalizar alguns dividendos deste semi-acordo na lógica dos
seus interesses.
Creio que no plano imediato, os miúdos vão beneficiar de um
período de maior estabilidade mas continuo muito preocupado com os efeitos do
conjunto de políticas em curso.
Dito de outra maneira, com o fim da greve às avaliações
dir-se-á que os alunos já não estão a ser prejudicados, o discurso dos
optimistas, mas continuo convencido de que eles estão a ser seriamente
prejudicados por estas políticas, o discurso dos pessimistas, como eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário