Amanhã, o Governo recolhe-se ao convento, perdão, ao
Mosteiro da Batalha para a realização de um Conselho de Ministros
extraordinário.
Para além de uma primeira análise do guião para a reforma do
Estado a apresentar pelo responsável pela sua elaboração, Paulo Portas, consta
da agenda a tentativa de melhorar os níveis de comunicação e articulação do
Governo, tarefa da responsabilidade do Ministro Poiares Maduro o mais recente
geniozinho a entrar para o governo, por coincidência, em substituição de um
outro geniozinho, o “Dr.” Relvas responsável por este “pelouro”.
A seu tempo veremos o
que traz o guião do Dr. Portas para reformar o Estado pelo que apenas umas notas
sobre o que é conhecido das propostas do Professor Poiares Maduro.
Uma primeira referência para uma modernice nunca vista por
estas terras, um briefing diário com os jornalistas e uma segunda ideia, a
existência de um novo site do Governo onde se pode colher mais “informação,
factos e explicações políticas das medidas tomadas”.
Na verdade, muitos opinadores, politólogos e outros palpitólogos têm referido a
existência de um problema de comunicação por parte do Governo.
Devo confessar que tenho dificuldade em entender. Eu sei que
más ideias ou produtos “bem comunicadas” podem passar por boas ideias ou
produtos, assim como bons produtos ou ideias “mal comunicadas” podem
transformar-se em maus produtos ou ideias.
No entanto, parece-me uma tarefa hercúlea e impossível “comunicar”
as políticas do Governo e convencer-nos de que um milhão e meio de desempregados,
uma recessão instalada, milhares de falências, cortes sucessivos nos
rendimentos do trabalho e das pensões através de uma carga fiscal violentíssima
constituem boas ideias e produtos.
É verdade que com o “Dr.” Miguel Relvas a informação era
mais discreta, circulava nas Lojas e nos telemóveis certos, ainda que em situações mais aflitivas um telefonema e uma "pressãozinha" para algum jornalista mais rebelde fossem necessários.
A agora passaremos
a ter um briefing diário com a disponibilização da informação para os
jornalistas. Fica assim mais organizado o trabalho de “soprar” para as
redacções a informação amiga no tempo oportuno, tentação de todos os tempos e
de todos os governos, embora possa esbater o papel fundamental dos “assessores”
de imprensa dos gabinetes ministeriais e minimizar a promiscuidade que se
verifica na circulação de muitos jornalistas entre as redacções e os gabinetes
num esforço enorme de garantir a melhor informação.
Com o briefing que se realizará diariamente, a agenda andará
mais controlada e evitar-se-á a sempre desagradável confusão de declarações que
frequentemente tem acontecido. Nada como uma central de informação.
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