sexta-feira, 21 de junho de 2013

O BRIEFING E A COMUNICAÇÃO

Amanhã, o Governo recolhe-se ao convento, perdão, ao Mosteiro da Batalha para a realização de um Conselho de Ministros extraordinário.
Para além de uma primeira análise do guião para a reforma do Estado a apresentar pelo responsável pela sua elaboração, Paulo Portas, consta da agenda a tentativa de melhorar os níveis de comunicação e articulação do Governo, tarefa da responsabilidade do Ministro Poiares Maduro o mais recente geniozinho a entrar para o governo, por coincidência, em substituição de um outro geniozinho, o “Dr.” Relvas responsável por este “pelouro”.
 A seu tempo veremos o que traz o guião do Dr. Portas para reformar o Estado pelo que apenas umas notas sobre o que é conhecido das propostas do Professor Poiares Maduro.
Uma primeira referência para uma modernice nunca vista por estas terras, um briefing diário com os jornalistas e uma segunda ideia, a existência de um novo site do Governo onde se pode colher mais “informação, factos e explicações políticas das medidas tomadas”.
Na verdade, muitos opinadores, politólogos e outros palpitólogos têm referido a existência de um problema de comunicação por parte do Governo.
Devo confessar que tenho dificuldade em entender. Eu sei que más ideias ou produtos “bem comunicadas” podem passar por boas ideias ou produtos, assim como bons produtos ou ideias “mal comunicadas” podem transformar-se em maus produtos ou ideias.
No entanto, parece-me uma tarefa hercúlea e impossível “comunicar” as políticas do Governo e convencer-nos de que um milhão e meio de desempregados, uma recessão instalada, milhares de falências, cortes sucessivos nos rendimentos do trabalho e das pensões através de uma carga fiscal violentíssima constituem boas ideias e produtos.
É verdade que com o “Dr.” Miguel Relvas a informação era mais discreta, circulava nas Lojas e nos telemóveis certos, ainda que em situações mais aflitivas um telefonema e uma "pressãozinha" para algum jornalista mais rebelde fossem necessários.
A agora passaremos a ter um briefing diário com a disponibilização da informação para os jornalistas. Fica assim mais organizado o trabalho de “soprar” para as redacções a informação amiga no tempo oportuno, tentação de todos os tempos e de todos os governos, embora possa esbater o papel fundamental dos “assessores” de imprensa dos gabinetes ministeriais e minimizar a promiscuidade que se verifica na circulação de muitos jornalistas entre as redacções e os gabinetes num esforço enorme de garantir a melhor informação.
Com o briefing que se realizará diariamente, a agenda andará mais controlada e evitar-se-á a sempre desagradável confusão de declarações que frequentemente tem acontecido. Nada como uma central de informação.

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