Dados do Eurostat divulgados ontem mostram como
de 2009 para 2012 os países do Centro e Norte da Europa ficaram mais ricos e os
do Sul mais pobres, ou seja, nada de novo, a crise tornou os ricos mais ricos e
os pobres mais pobres. Para exemplificar, Portugal em 2009 tinha Portugal um PIB per capita 80% da média da EU27 para em
2012 passar para 75% sendo agora um dos quatro países com menor poder de
compra.
A análise dos dados mostra como os países envolvidos
em programas de austeridade impostos pela "ajuda" estão a afundar-se
em dificuldades e os países que generosamente "ajudam" vão enriquecendo.
Deve ser a isto que chama solidariedade
e coesão europeias.
Parece claro que para além das enormes responsabilidades
políticas internas, importa considerar como, sem surpresa face a muitos dados já
conhecidos, que os países mais ricos têm beneficiado fortemente com os pacotes
de "ajuda solidária" dirigidos, impostos, aos países mais pobres com
os resultados conhecidos. Esta desinteressada ajuda acontece mediante a
cobrança de juros altíssimos. Mais um exemplo, retirado do I, Portugal paga por
ano 4,4% do seu PIB em juros, 7,2 mil milhões de euros , valor que voa dos
nossos bolsos para "dezenas de cofres de Estados e bancos europeus".
Por outro lado e como também se sabe, as economias fortes do norte da Europa
financiam-se a taxa zero ou mesmo, estranhamente a taxas negativas, enquanto
nós, as economias do sul e a Irlanda pagamos juros altos cujo montante
seria um excelente contributo para a redução dos nossos problemas de
equilíbrio. Está certo, somos pobres, temos o dinheiro mais caro, os mais ricos
têm o dinheiro mais barato. Deve ser isto a que chamam os mercados a funcionar.
Eu sei que sou estúpido, a economia e finanças
constituem uma matéria inacessível ao cidadão comum, mas parece-me,
certamente de forma errada, que assim se torna mais difícil que os países em
dificuldades deixem de ser pobres e que haja maior equidade e coesão económica
e política na União Europeia.
Que não me levem a mal os nossos generosos
amigos, mas às vezes até penso que é justamente isso que pretendem com a ajuda
desinteressada que nos dão, que, naturalmente, temos de pagar mas que nos vai
deixando pobres.
Tenho até medo de estar a ser injusto para com os
nossos generosos amigos e para com os feitores que em seu nome nos administram
e estão de forma tão empenhada e eficaz a promover o nosso empobrecimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário