sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

POLÍTICAS DE APOIO À FAMÍLIA

O Secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, numa louvável expressão de solidariedade, terá favorecido um primo num concurso para um lugar de chefia quando ocupava as funções de Presidente da Câmara de Penela.
Certamente pela competência demonstrada, Paulo Júlio foi nomeado Secretário de Estado. Tal como nas autarquias, os amigos são para as ocasiões.
Até aqui, nada de novo. O problema é que a má imprensa, porque há imprensa amiga, resolveu trazer este caso de solidariedade familiar para a ribalta e o Secretário de Estado demitiu-se.
Certamente aparecerão os discursos laudatórios sobre a decisão corajosa e exemplar do Dr. Paulo Júlio que, aliás, bem poderia servir de exemplo para o seu Ministro, o “Dr.” Relvas, que, no entanto, não será capaz de ver nenhuma “equivalência” na situação embora seja especialista em equivalências.
Parece-me claro que a demissão em situações desta natureza é o mínimo que se pode esperar, mas a ética e a seriedade não podem ser assumidos numa espécie de serviços mínimos agora tanto na agenda.
São conhecidos de toda a gente os múltiplos exemplos de amiguismo e favorecimento a gente próxima, da família pessoal ou da família política, no mundo das autarquias e da administração central. Estas situações são banais e despudoramente assumidas. Trata-se de uma questão estrutural e não conjuntural susceptível de mudar pela decisão de se demitir tomada por Paulo Júlio.
Só para citar um exemplo de outra “família” lembram-se certamente das notícias sobre os vários familiares dos Presidentes das Câmaras de Loures ou de Grândola. Recordo que o autarca de Loures afirmou ao Expresso, “Admito que possa parecer mal mas não me pesa nada na consciência”.
Na verdade, ele tem razão, a consciência só pesa quando existe.
Por outro lado, é bem verdade que as políticas de apoio à família são sempre importantes.

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