quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

OS TEMPOS DO CINEMA AMBULANTE VÃO VOLTAR

A comunicação social falava hoje do encerramento de mais umas dezenas de salas comerciais de cinema por todo o país. A lei inexorável dos mercados, sempre os mercados, vai levando a que cidades, distritos, Castelo Branco,  ou mesmo regiões, como os Açores, fiquem sem salas comerciais de cinema e dependentes de iniciativas ou ciclos cuja organização também vai sofrendo e muito com a austeridade. Filmes, tal como música, livros, teatro, visitas a museus, museus ou outros produtos desta natureza são bens supérfluos que sofrem as consequências das condições de vida que criámos e nos criaram.
Esta vida é a luta pela sobrevivência onde não cabem bens como o cinema, luxo inacessível, mesmo o chamado cinema comercial eventuamente mais atractivo para um maior número de pessoas. 
A lida é dura e ou se trabalha desalmadamente para ver o rendimento diminuir ou se procura um emprego que teima em não aparecer. Para muita gente, o que têm não sobra para luxos como cinema e não havendo procura, os mercados encarregam-se do resto, o fechamento das salas.
Temo que possamos voltar aos meus tempos de miúdo com a projecção ambulante, com um gerador e um ecrã que viajavam numa carrinha que parava no largo e passava uma "fita", era uma festa em muitas aldeias.
Já não temos a vida nas aldeias como há décadas tínhamos, mas este caminho de deserto transformará cidades e regiões em aldeias que esperam pelo cinema ambulante.
Virá?

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