Durante o dia de ontem, em diferentes cidades do
País, grupos de pais com filhos com deficiência protestaram junto dos serviços
de Segurança Social face ao atraso e dificuldade na atribuição do Subsídio de
Educação Especial.
Lamentavelmente, existem matérias que exigem
permanente atenção, divulgação e reflexão. A forma como no âmbito da decisão
política, em particular da PEC - Política Educativa em Curso, não estão a ser
acautelados os direitos dos alunos com necessidades especiais a uma educação de
qualidade, inclusiva e que responda às suas necessidades, é uma dessas
matérias.
Na verdade, as crianças com necessidades
educativas especiais, as suas famílias e os professores e técnicos,
especializados ou do ensino regular conhecem, sobretudo sentem, um conjunto
enorme de dificuldades para, no fundo, garantir não mais do que algo básico e
garantido constitucionalmente, o direito à educação e, tanto quanto possível,
junto das crianças da mesma faixa etária. É assim que as comunidades estão
organizadas, não representa nada de extraordinário e muito menos um privilégio.
Como é evidente, em situações de dificuldade
económica, as minorias, são sempre mais vulneráveis, falta-lhes voz.
No fundo, estas manifestações de pais são "apenas”
mais um grito, entre muitos, que exprime a indignação destas crianças e
famílias que vêem os seus direitos atropelados por quem deveria ser o garante
do seu cumprimento.
Como sempre afirmo, os níveis de desenvolvimento
das comunidades também se aferem pela forma como cuidam das minorias.
Lamentavelmente, estamos num tempo em que
desenvolvimento se confunde com mercados bem sucedidos, com cortes nos recursos
necessários e na normalização dos miúdos, mesmo dos miúdos especiais.
Sem comentários:
Enviar um comentário