terça-feira, 31 de dezembro de 2013

UM ANO EDUCATIVO EM 1000 CARACTERES

Quando o Governo em funções completou mais um ano, o Público solicitou-me um balanço sobre esse período de política educativa para o qual me concedeu a enormidade de 500 caracteres com uma "pequena" tolerância, não deveria ultrapassar os 1000. Neste tempo, também de balanço e dada a grandeza da tarefa, proponho-me usar o mesmo critério sendo que, obviamente, esta introdução não conta.
Ficou mais clara a cruzada ideológica do Ministro contra a escola pública traduzida no desinvestimento em professores e funcionários, no aumento insustentável do número de alunos por turma e em mudanças curriculares para poupar custos. Para 2014 apenas aumenta o investimento no ensino privado, diminui na generalidade das áreas.
Continuou a construção de um sistema educativo "darwinista", só para os mais fortes, assente em sucessivos exames,  empurrando os mais fracos para um modelo de ensino vocacional condenado internacionalmente. Os alunos com NEE foram especialmente atropelados com atrasos, falta de professores, técnicos e apoios.
O discurso do rigor, excelência e competência não resistiu à deriva sobre o número de professores necessários e ao início do ano lectivo, às reacções aos resultados dos alunos portugueses nas comparações internacionais ou à sinistra prova de avaliação a professores com que o ano terminou, numa das mais tristes páginas da história da educação em Portugal.
Gastei no balanço 996 caracteres incluindo espaços.
Como li algures, 2014 terá a vantagem de não ser 2013, vamos ver o que será.
Bom Ano.

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