sábado, 28 de dezembro de 2013

OS NOMES QUE CHAMAMOS

Nestes dias entre Natal e Ano Novo em que a agenda repousa um pouco até ao regresso à "normalidade" de Janeiro, uma referência a um trabalho do DN sobre os nomes que os portugueses estão a atribuir aos seus rebentos e que, na verdade, parece uma opção interessante para intercalar com as notícias do quotidiano de chumbo em que estamos mergulhados. 
Ao que se diz, continuamos um país de Marias mas a recuperação dos "Joões" ameaça o domínio dos Rodrigos, só mesmo no final do ano se saberá.
Confesso que fiquei um pouco inquieto. Um mundo sem “Sónias Andreias”, sem “Kátias Vanessas”, sem “Sandras Cristinas”, sem “Tatianas”, sem “Fábios”, sem “Mauros” vai ser, certamente, um mundo diferente. Também em trabalhos anteriores sobre esta matéria se registava já a tentativa de sofisticar um pouco as escolhas, mantém-se o popular João, mas cresceu o uso de Rodrigo, Martim, Tomás, Mariana, Matilde, entre outras opções, que nos garantem, enfim, outra apresentação.
Mas o que me deixou mais apreensivo face a esta questão, é que, recordando um trabalho também sobre esta matéria há algum tempo divulgado, parece notar-se que o povo está mesmo a voltar as costas aos nossos mais gloriosos nomes, sobretudo nos rapazes, nomes como Manuel, António, José, Paulo, Carlos, etc. estão em queda. Será que vamos deixar de ter um Carlos Jorge, um António Manuel, um Manuel Carlos, um José Manuel, um António João, um Paulo Jorge, tudo nomes na nossa melhor tradição?
Até nos nomes! Estão a mexer com a nossa identidade.
Por outro lado, considerando os nomes que se chamam e de que as pessoas não gostam, uma  pequena história que há dias aqui deixei.
"Gosto quando me chamam. Às vezes, muitas vezes, não me chamam.
Outras vezes chamam-me nomes que não são meus. Os crescidos chamam-me preguiçoso, distraído, parvo, bebé, coitadinho e outros nomes, sempre nomes que não são meus.
Os outros miúdos chamam-me badocha, gordo, bolacha, caixa de óculos, def e outros nomes, sempre nomes que não são meus.
Eu acho que as pessoas, todas as pessoas, só deviam ter um nome, o seu."

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