Em 2012, o peso das
receitas fiscais no produto interno bruto baixou para 32.5%, tornando Portugal
um dos três países da OCDE em que se verificou uma maior descida.
Acontece que este
abaixamento, como bem sabemos e sentimos, não decorreu da descida da carga
fiscal que nos esmaga, mas sim com a quebra das receitas de vários impostos.
Não sou um especialista
nestas matérias, o que não é grave pois o resultado do acerto de previsões, dos modelos e da enorme elasticidade de políticas e visões dos "experts" em
economia e finanças está à vista, mas recordo-me de uma afirmação que li
algures, "o excesso de imposto mata o imposto".
Este enunciado assenta,
creio, na chamada curva de Latter, ou seja, existe um momento em que a receita
fiscal deixa de subir com o aumento dos impostos, pelo contrário, mesmo que o
imposto continue a subir a receita tenderá a baixar.
Parece razoável entender
que estaremos perante um fenómeno desta natureza que, aliás, algumas vozes já
tinham referido a propósito dos riscos do "colossal" aumento de
impostos que nos tem sido, isso mesmo, imposto.
A questão é que
razoabilidade é uma virtude escassa em várias das dimensões das políticas em
curso no que se refere à carga fiscal, cortes nos rendimentos das famílias e
pouco empenhamento nos cortes certos da despesa pública, única forma de poder
baixar os impostos.
Mantém-se uma
persistência fundamentalista num caminho que, apesar de alguns indicadores
positivos de natureza mais macro, continua a produzir e manter pobreza e
exclusão para milhões de pessoas o que se reflecte nos impostos cobrados.
Como o povo costuma
dizer, morre-se da cura que, por isso mesmo, não é, evidentemente a cura.
2 comentários:
O pior meu caro ZM, falando de cura, é que quem nos desgoverna continua a achar que só ficamos bons (bons mesmo) quando engolirmos todos os comprimidos que a nossa 'mãezinha troika' guarda no armário dos medicamentos. Eu, assim como assim, já estou com a minha dose letal na mão, escolhi aqueles azuis, para a impotência sex… sabes? Bem, adiante, adiante que ainda tenho de ir liquidar o pagamento por conta do IRS, fechar os estores e preparar o túmulo. Abraço natalício-fiscal.
Também para ti um abraço de Boas festas, a gente vai sobreviver
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