quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O BOM CAMINHO

 

Dados do EUROSTAT hoje conhecidos, indiciam que cerca de um quarto da população portuguesa, 25.3%, 2,7 milhões de pessoas, se encontrava em 2012 em risco de pobreza ou de exclusão social. O valor subiu relativamente a 2011 tal como aliás sucedeu na União Europeia, o que atesta muito bem a bondade dos ventos políticos que sopram pela Europa.
Estes valores são construídos com base em três formas de exclusão e considerando uma pessoa que se inclua pelo menos numa delas, a saber, pessoas em risco de pobreza, pessoas em situação de privação material grave e pessoas que vivam em agregados familiares com muito fraca intensidade de trabalho. 
Em Portugal, o valor mais elevado encontra-se na categoria de pessoas em risco de pobreza, as que vivem num agregado familiar que dispõe de um rendimento anual líquido inferior a 60% do rendimento mediano (por adulto equivalente) no país, após pagamentos de contribuições sociais. 
Este será, do ponto de vista de quem governa, um dado positivo. De há uns tempos a esta parte tem sido repetido ad nauseam que vivíamos acima das nossas possibilidades, que devemos empobrecer para recuperar a felicidade, pelo que têm sido fortíssimos os cortes nos rendimentos das famílias que, aliás ainda não acabaram.
Como repetidamente, os feitores-mor Passos Coelho e Paulo Portas têm afirmado, estamos no bom caminho, estamos, de facto, a ficar mais pobres, a estatística europeia mostra isso mesmo, pelo que, graças a eles e à ajuda dos nossos desinteressados amigos, estamos mais perto da salvação, já estamos a viver abaixo das necessidades e cada vez mais perto da solução final, todos pobres.
Bem, quase todos, é claro. Alguns, muito poucos, para contrariar o Governo e as estatísticas, estão mesmo mais ricos, são uns conservadores desmancha-prazeres.

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