Dados do EUROSTAT hoje conhecidos, indiciam que cerca de um quarto da
população portuguesa, 25.3%, 2,7 milhões de pessoas, se encontrava em 2012 em
risco de pobreza ou de exclusão social. O valor subiu relativamente a 2011 tal
como aliás sucedeu na União Europeia, o que atesta muito bem a bondade dos ventos políticos que sopram pela Europa.
Estes valores são construídos com base em três formas de exclusão e
considerando uma pessoa que se inclua pelo menos numa delas, a saber, pessoas
em risco de pobreza, pessoas em situação de privação material grave e pessoas
que vivam em agregados familiares com muito fraca intensidade de
trabalho.
Em Portugal, o valor mais elevado encontra-se na categoria de pessoas em
risco de pobreza, as que vivem num agregado familiar que dispõe de um
rendimento anual líquido inferior a 60% do rendimento mediano (por adulto
equivalente) no país, após pagamentos de contribuições sociais.
Este será, do ponto de vista de quem governa, um dado positivo. De há uns
tempos a esta parte tem sido repetido ad
nauseam que vivíamos acima das nossas possibilidades, que devemos
empobrecer para recuperar a felicidade, pelo que têm sido fortíssimos os cortes
nos rendimentos das famílias que, aliás ainda não acabaram.
Como repetidamente, os feitores-mor Passos Coelho e Paulo Portas têm
afirmado, estamos no bom caminho, estamos, de facto, a ficar mais pobres, a
estatística europeia mostra isso mesmo, pelo que, graças a eles e à ajuda dos nossos desinteressados amigos, estamos mais
perto da salvação, já estamos a viver abaixo das necessidades e cada vez mais
perto da solução final, todos pobres.
Bem, quase todos, é claro. Alguns, muito poucos, para contrariar o Governo
e as estatísticas, estão mesmo mais ricos, são uns conservadores
desmancha-prazeres.
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