Era uma vez um rapaz que se chamava Desorganizado.
Tinha uns quinze anos e já tinha chumbado algumas vezes. O Desorganizado vivia
no meio dos problemas e os problemas andavam atrás do Desorganizado.
Em todas as situações em que as coisas não
corriam bem e quando as pessoas colegas ou professores falavam com ele sobre a
sua vida e as dificuldades que sentia, respondia de uma forma estranha, dizia
que tinha perdido qualquer coisa mas não sabia exactamente o que tinha perdido.
Quando os resultados escolares eram baixos, o que
acontecia quase sempre, o Desorganizado justificava-se com a falta daquilo que
tinha perdido mas não sabia o que era. Quando o comportamento não era o
desejado e lhe chamavam a atenção, o Desorganizado, como sempre, achava que era
por ter perdido alguma coisa que não sabia o que era. Aquela sensação de ter
perdido alguma coisa pesava-lhe na cabeça e inquietava-o.
Um dia, coisa rara, entrou na biblioteca e
encontrou o Professor Velho, aquele que já não dá aulas, está na biblioteca e
fala com os livros. Como aparecia na biblioteca poucas vezes o Velho foi
cumprimentá-lo.
Por aqui, Desorganizado? Precisas de ajuda?
Não Velho, entrei porque calhou, e precisar até
precisava, mas são sei bem de quê.
Então?
Acho que perdi qualquer coisa que me fazia falta,
não percebo o quê e não atino com o que fazer.
Desorganizado, tens ideia do que vais fazer daqui
a alguns anos?
Não Velho, não tenho ideia nenhuma.
Foi isso que perdeste, o Rumo, tenta perceber o
queres fazer daqui a algum tempo, pensa na maneira de lá chegar e quem te pode
ajudar a fazer o caminho para lá. Vais ver que já não sentes tanto que tenhas
perdido alguma coisa que não sabes o que é. Pensa também em quem te pode ajudar
no caminho para lá, e precisares de mim diz.
Há muitos miúdos que, tal como o Desorganizado, perderam o Rumo.
Encontrá-lo-ão?
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