Segundo dados agora conhecidos, a
Provedoria de Justiça recebeu em 2012 mais de 27 000 processos, um aumento de
251% face a 2011. A maioria as questões apresentadas inscrevem-se no âmbito dos
direitos sociais, pensões, subsídios, apoios, salários em atraso, etc. A
Administração Central, Ministério da Solidariedade e da Segurança Social,
lideram os destinatários das queixas.
Lamentavelmente, estes dados não surpreendem,
confirmam o que recorrentemente é conhecido, pela imprensa ou pela experiência,
ou seja, aumenta a desprotecção social,
aumentam os atropelos e ameaças a padrões básicos de dignidade, segurança e
condições de vida.
Bem se pode insistir na retórica
da equidade, da justiça na repartição de sacrifícios ou noutras afirmações da mesma natureza, mas
a questão é que de mansinho, diariamente, o estado social vai sendo revisto em
baixa.
As dificuldades e o desemprego
aumentam, diminuem os beneficiários de apoio e mais de metade dos desempregados
não têm subsídio. Aumentam os casos de salários em atraso e o Fundo de Garantia
Salarial leva mais de um ano a responder. Aumenta o desemprego, aumenta-se a
carga horária que tem como efeito, justamente, aumentar o desemprego.
São muitas vozes que afirmam
estarmos perante um caminho errado, insiste-se nesse caminho.
Ontem rejubilou-se pelos "excelentes"
resultados obtidos na ida "aos mercados". E as pessoas? Aguentam quanto? Até quando?
Não, não é demagogia, temos
milhões de pessoas em risco de pobreza, mais de quinhentos mil desempregados
sem subsídio, centenas de milhares de pessoas com pensões ou reformas
miseráveis que incapazes de pensar no futuro por tanta dor no presente.
Não há Provedoria de Justiça que
possa prover justiça.
1 comentário:
Estamos em presença de total insensibilidade social e a caminho de uma catástrofe que vai ter reflexos durante 1 ou 2 gerações.
Os nossos filhos e netos estão e continuarão a pagar a factura da criminalidade cometida pelos partidos que nós apelidamos do ARCO DO PODER.
Durante o meu percurso como eleitor as minhas escolhas recairam em três partidos. Dois nunca tiveram oportunidade de me desiludiram pois nunca foram governo.
O terceiro acumulou desilusão em cima de desilusão. Enquanto a partidocracia reinar em Portugal será sempre mais do mesmo mas com cores diferentes.É esta a conclusão a que cheguei!
Presentemente já não chega o povo entupir as ruas da capital e cercar o parlamento de forma pacífica. Esta acção apenas mudava a cor laranja para rosa e seria mais do mesmo. A mudança tem que ser mais profunda e letal. Tem que acabar com os partidos tal como eles são constituidos e expurgar as viroses partidocráticas.Penso que a forma mais eficaz de o conseguir é retirar-lhes a legitimidade democrática, não com nossa abstenção (para eles seriamos uns preguiçosos)mas com o nosso voto em branco. Com a massificação do voto em branco não sei que povo é que os partidos iam governar.
Teriam que virar do avesso suas dinâmicas, interesses e governar sim, mas com as baterias bem apontadas para o bem estar do povo e não para o poder pelo poder.
Já me alonguei demais...
Nunca se sabe quando é que a casa da António Maria Cardoso reabre ao público.
VIVA!
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