Na imprensa de hoje encontram-se referências a
três importantes e significativas manifestações de desacordo com as políticas
do Governo, a greve anunciada pelas estruturas representativas dos professores com a menos
habitual participação conjunta da FNE e da Fenprof, a posição de um conjunto de
figuras relevantes de diferentes quadrantes políticos contra a política seguida
relativamente ao Porto e a manifestação a realizar hoje em Lisboa contra as
opções políticas em curso.
No meio de tantos apelos a consensos, alguns
impossíveis, que nas mais das vezes mão passam de retórica política parece
existir, de facto um consenso em construção, as consequências negativas do rumo
político que tem vindo a ser seguido, recessão, desemprego, pobreza e cortes
nas dimensões sociais do estado, designadamente, na educação, segurança social
e saúde.
As medidas anunciadas, bem como as políticas em
desenvolvimento, vão conseguindo fazer o pleno na sua contestação, ou seja,
representantes de estruturas empresariais e dos empregadores, representantes
dos trabalhadores, representantes de grupos como reformados e pensionistas,
entre outros manifestam forte crítica às políticas defendidas e operadas nos
últimos tempos e que se anunciam para os próximos anos, ainda que com algum provável
alívio em 2015 pois as eleições assim obrigam.
Mesmo entre os partidos que suportam o governo
são inúmeras as vozes que criticam fortemente o caminho seguido.
A todos os discursos o Governo responde com uma
fé inabalável nos modelos determinados pela Troika e que aceita sem um
sobressalto de recusa ou negociação, os alunos "bonzinhos" são assim
aplicados, acríticos e resignados.
Esta atitude que transforma a vida de milhões de
portugueses num inferno, sempre me lembra a história que se conta no meu
Alentejo do sujeito que indo, sem dar por isso, em contramão na auto-estrada,
ouve avisar pela rádio que se encontra um automobilista a circular em contramão
naquela via. O nosso amigo condutor ouviu e interrogou-se “Só um em contramão?
Porra, aqui vão todos!”.
Não, Senhor Primeiro-ministro, o Governo é que
segue em contramão.
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