De há uns tempos para cá apareceu uma moda
naquela terra que “impede” as pessoas de falarem em brincar nas escolas da
terra, é proibido brincar nas escolas.
A moda foi fabricada por uma gente ignorante de
miúdos, obcecada com trabalho e produtividade, mesmo infantil, uns infelizes escravos
convencidos de que são livres e que também querem escravizar os outros.
Mas ainda existem uns professores, muitos,
naquela terra que não se deixam enganar, sabem ler os miúdos e percebem que
eles aprendem porque também brincam e brincam porque também aprendem. Aliás,
brincar e aprender são as coisas mais sérias que os miúdos fazem, sorte a
deles, a de alguns, felizmente muitos.
Um dia, um desses professores lembrou-se, que
sacrilégio, de dizer aos seus alunos para trazerem para a escola o seu
brinquedo preferido. A Maria trouxe uma boneca. O João apareceu com a
playstation nova. A Sara vinha vaidosa com umas bonecas que o pai tinha trazido
do estrangeiro. A Irina trazia o Noddy. O Carlos vinha com uns olhos quase tão
grandes como a bola de futebol que trazia debaixo do braço. O David, sempre
pronto para as lutas, trazia uns bonecos lutadores de wrestling. A Joana não
ligava a ninguém com o seu mp3 cheio das músicas de que gosta. Enfim, por um
dia, toda gente veio para a escola com um brinquedo, o seu preferido.
O último
a chegar foi o Manel.
Feliz e sorridente entrou na sala de aula com o
avô pela mão.
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