Segundo dados do EUROSTAT, em Portugal registou-se a quarta maior subida na União Europeia nos preços da electricidade para uso doméstico entre a segunda metade de 2011 e e igual período de 2012. Os preços do gás também sofreram aumentos significativos e hoje a DECO regista a estranheza pela proximidade de preços praticados nas botijas, indiciando uma nunca comprovada, evidentemente, cartelização de preços.
Não sei qual o efeito pretendido com este tipo de notícias que se prestam a interpretações ambíguas, mas é evidente que os preços da electricidade para as nossas casas teria de sofrer um aumento significativo. Em Março foi divulgado que a EDP terminou 2012 com a insustentável situação de apresentar lucros de apenas 1012 milhões de euros, um abaixamento de 10% relativos aos lucros de 2011.
Considerando que o aumento verificado em Portugal foi de 9.7% ainda temos uma diferença de 0.3% relativamente à queda dos lucros. Mostra a generosidade da EDP de outros operadores com o bem estar das famílias portuguesas ao promover aumentos que apenas se destinam a compensar, mal, o abaixamento dos seus lucros insignificantes e, por isso, preocupantes. Aliás, o Sr. Dr. Mexia, presidente
executivo da EDP, afirma hoje que os preços da eletricidade em Portugal estão
abaixo da média da União Europeia contrariando a informação do EUROSTAT.
Justifica defendendo que é mais barata do que na média na UE se não se tiver “em
consideração os impostos” argumento interessante do ponto de vista das famílias
que como é sabido pagam a electricidade antes de impostos.
Por outro lado, é também importante não esquecer que os interesses dos nossos amigos chineses, que tanto nos ajudam comprando as nossas empresas, têm de ser acautelados, sempre fomos um povo, o melhor do mundo, que acolheu bem as pessoas de fora e os seus interesses.
É verdade que existem milhões de portugueses a passar por enormes e devastadores problemas, muita gente a entrar em incumprimento ou com dificuldades extremas para assegurar o cumprimento de pagamento das facturas de bens essenciais como electricidade, gás e água, mas trata-se, evidentemente, de gente que vivia acima das suas possibilidades e que agora vive, manifestamente, abaixo das suas necessidades. É assim a vida, como diz o geniozinho Moedas só depois de um choque é que percebemos as coisas.
Mais uma razão para agradecermos aos operadores da electricidade e do gás a generosidade
solidária de proceder apenas a um ligeiro aumento dos preços, o quarto maior da UE, que lhes permite manter as suas imprescindíveis margens de lucro.
Um grande bem-haja para a EDP e restantes operadores.
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