Com enorme regularidade ouvem-se
ou lêem-se discursos anónimos ou assinados, por vezes por gente de quem
se esperaria mais rigor, conhecimento e bom senso, que diabolizam os professores, uns preguiçosos
cuja vida é um descanso permanente e o usufruto de mordomias sem fim e,
evidentemente, imerecidas.
É verdade que todos conhecemos,
em todas as profissões, pessoas que não dignificam pela qualidade do seu
desempenho a função que exercem mas, como se costuma dizer, há que não
confundir a árvore com a floresta. Tal acontece também com os professores e
envolve, já o tenho referido, discursos produzidos por quem representa os
professores e diz falar em seu nome ou gente que com funções de relevo na
gestão do sistema educativo. Alguns destes discursos e comportamentos também
são um contributo para a tal diabolização ou desvalorização social da classe
docente a que me referia acima e que têm consequências devastadoras.
Agora a história, curta e obviamente
improvável.
No âmbito da lida profissional estava
a analisar textos produzidos por alunos adolescentes, frequentadores de escolas
públicas sobre a escola, sobre a escola, o seu trabalho e os professores.
Num dos textos, o da Ana, por
assim dizer, encontrei escrito, "também
acho que é muito difícil ser professor, com aviões de papel incendiados a voar
na sala e a levar com o apagador como já vi na minha escola".
Creio que a Ana tem razão, é
muito difícil ser professor, mas esta ... esta é uma história improvável.
2 comentários:
Ainda hoje ouvi esse tipo de discurso, um pouco mais subtil, da parte de uma filha de professora. Curiosamente, a mãe é um exemplo desses que não dignifica propriamente a profissão. Portanto, parto do pressuposto que ela esteja a generalizar o exemplo que tem casa. Enfim... apenas um desabafo de quem tem professores na família e sabe bem o que passam.
Eu sei que a árvore não faz a floresta...
Mas também sei que há Professores com muitos anos de docência que como medida pedagógica ferra uma dentada num aluno para mostrar-lhe que isso não se faz a um colega. E há muitos outros maus exemplos não com dentadas mas de uma outra forma.
Sei que há pessoas sem vocação para leccionar que apenas o fazem como forma de subsistir. As Entidades competentes terão que saber escolher melhor.
Se há profissões que se exige uma excelência de comportamento o Professorado é uma delas.
Ou seria melhor silênciar a comunicação social para casos destes ?!
VIVA!
Se há profissões
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