Quando era miúdo, “ao Deus dará” era uma expressão que se utilizava frequentemente na minha zona e lá na família quando alguém tinha uma vida sem governo, ou seja, quando era incapaz ou não tinha recursos para tomar conta de si, ficando à mercê do destino, de Deus, para o efeito, era mais ou menos a mesma coisa.
Com o tempo, muito, fui deixando de ouvir a expressão, seja porque o povo deixou de acreditar tanto, seja porque as pessoas cada vez mais se foram tornando capazes e com possibilidades de que a sua vida dependa, sobretudo, de si.
Nos últimos tempos, devido à situação económica em que vivemos, a comunicação social com uma regularidade impressionante refere-se a situações dramáticas na vida das pessoas, de natureza diferenciada mas com uma fortíssima relação como desemprego e com insuficiência de meios para assegurar padrões mínimos de dignidade.
Os discursos das pessoas são impressionantes, passam uma inquietante ideia de impotência e desesperança. Independente da retória que nos vendem do mirífico caminho da salvação através da pobreza, as pessoas sentem, pressentem, a ausência, olham para a frente e vêem nada.
Todos conhecemos discursos opressivos de angústia sobre o que vai ser quando … não tiver o subsídio de desemprego … quando acabar alguma poupança que tinha … quando já não me fiarem na loja. E as interrogações que ficam a meio … e a casa? … e a escola dos filhos? … e o comer? ... e a água, a luz?
Acho que ninguém consegue ter respostas, mas sinto que muita gente já está e pode ficar, de novo, ao Deus dará. E …
Com o tempo, muito, fui deixando de ouvir a expressão, seja porque o povo deixou de acreditar tanto, seja porque as pessoas cada vez mais se foram tornando capazes e com possibilidades de que a sua vida dependa, sobretudo, de si.
Nos últimos tempos, devido à situação económica em que vivemos, a comunicação social com uma regularidade impressionante refere-se a situações dramáticas na vida das pessoas, de natureza diferenciada mas com uma fortíssima relação como desemprego e com insuficiência de meios para assegurar padrões mínimos de dignidade.
Os discursos das pessoas são impressionantes, passam uma inquietante ideia de impotência e desesperança. Independente da retória que nos vendem do mirífico caminho da salvação através da pobreza, as pessoas sentem, pressentem, a ausência, olham para a frente e vêem nada.
Todos conhecemos discursos opressivos de angústia sobre o que vai ser quando … não tiver o subsídio de desemprego … quando acabar alguma poupança que tinha … quando já não me fiarem na loja. E as interrogações que ficam a meio … e a casa? … e a escola dos filhos? … e o comer? ... e a água, a luz?
Acho que ninguém consegue ter respostas, mas sinto que muita gente já está e pode ficar, de novo, ao Deus dará. E …
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