domingo, 19 de maio de 2013

PEDAGOGIA E SOBREVIVÊNCIA

O novo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, afirmou que há um “desfasamento entre a capacidade de resistir da população e as propostas apresentadas pelos governantes” e que estes deveriam ter um papel mais "solidário" e "pedagógico".
Na verdade, o Governo entende que a capacidade de resistência do "melhor povo do mundo" se traduz no famoso enunciado de Fernando Ulrich, "ai aguenta, aguenta", pelo que insiste nas suas propostas que são "solidárias", ou seja, promovem a assimetria social, a pobreza e exclusão e diminuem os apoios sociais afectando a vida de muitos milhões de portugueses.
A pedagogia está entregue ao génio de Vítor Gaspar que explica tudo muito devagar para que não restem dúvidas do que apresenta e impõe a mando dos mercados mascarados de Troika.
Não D. Manuel Clemente, a questão essencial não é o desfasamento entre a resistência das pessoas e as propostas que nos governam, a questão é que as propostas que nos governam fazem mal às pessoas com consequências bem conhecidas de dificuldades de sobrevivência e atropelo da digndade.
Mais do que resistir, as pessoas não sabem como sobreviver, as pessoas sentem a desesperança e um vazio quando olham para amanhã.
Este é o drama das pessoas que obviamente não esperam um governo solidário nem a inutilidade de um discurso pedagógico, seja lá isso o que for.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Ao longo da sua história a igreja sempre se sentiu mais confortável pastoreando povos ignorantes, incultos, pobres e miseráveis.

As palavras paidagogía e solidu ficam muito bem quando proferidas por personalidades de reconhecida responsabilidade social.

Mas...As palavras são anões, os actos são gigantes.


VIVA!