quinta-feira, 23 de maio de 2013

CAPACIDADE DE ANÁLISE DE PROBLEMAS NA ÓPTICA DA SUA RESOLUÇÃO

Um dia destes, numa roda de conversa, alguém referia a curiosidade de num anúncio que publicitava um emprego se exigisse alguém de cujo perfil de competências deveria constar algo como "Capacidade  de análise de problemas na óptica da sua resolução".
Fiquei mais atento e logo depois de um primeiro e apressado juízo de valor pouco abonatório, devo confessar, percebi, creio, a visão, a acuidade e pertinência presentes no enunciado.
Na verdade, é com demasiada frequência que pessoas ou instituições analisam os problemas mas, estranhamente, não o fazem na óptica da sua resolução, analisam-nos de vários ângulos, voltam a analisá-los e discuti-los por tempos e processos infindos, abordam eventuais soluções a que se seguem de novo inúmeras discussões e/ou estudos sobre as eventuais soluções. A certa altura estão a discutir-se, mais uma vez, os problemas.
ma vez ouvi  alguém, com pensamento crítico e criativo, designar este processo como "assar e desassar o bife".
No entanto e de forma mais séria existe uma forma de olhar para este tipo de comportamentos revelados em múltiplas circunstâncias por pessoas ou instituições. Trata-se de um enunciado por "Princípio de Shirky" que pode formular-se como segue, "algumas pessoas ou instituições tendem a alimentar os problemas para os quais, em princípio, deveriam ser a solução".
Com um desempenho desta natureza as pessoas ou instituições alimentam os problemas e, assim, a sua própria existência e função pois poderia acontecer que se os problemas fossem ultrapassados, essas pessoas ou instituições poderiam tornar-se dispensáveis.
Olhar à nossa volta e analisar o funcionamento de muitos de nós ou de instituições que conhecemos à luz desta ideia será certamente um exercício estimulante.
Anda, pois, bem o empregador que procura alguém capaz de "analisar os problemas na óptica da sua resolução". Provavelmente já lá terá gente demais a "assar e a desassar o bife".

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