Falou o Dr. Paulo Portas. O país
já desesperava pela sábia palavra do Dr. Portas e ela chegou, ainda bem.
Com a coreografia do costume,
isto é, pose de estado, ar circunspecto e contido, verbo fácil e claro o Dr. Portas falou e disse. Nada
que se não espere de um Ministro de Estado, evidentemente.
Como vai sendo hábito, Dr. Portas, um dos mais experientes políticos
no activo e com um curso de manha política que não foi adquirido por
equivalências, fez um discurso com que imagina corporizar um tão falado
consenso, ou seja, ficar bem com todos e manter a sua zona de conforto, perdão,
o acesso ao poder acompanhado seja de quem for.
Dito de outra maneira, o Dr.
Portas pretende instalar-se na mais improvável das cadeiras, poder e oposição simultaneamente.
Como é óbvio, não é tarefa fácil, mas para um homem experiente, inteligente e
com visão é um caminho atractivo. Aliás, já tinha ensaiado de forma bem clara
tal entendimento quando o Governo a que pertencia, pertence e quer continuar a
pertencer avançou com a TSU.
Tenta montar um discurso em que,
naturalmente, não podendo desvincular-se das decisões do Governo, até porque à
cautela Passos Coelho que vai aprendendo como funciona o seu parceiro já o
tinha colado às recentes medidas anunciadas, vai deixando cair algumas
reservas às medidas adoptadas procurando atenuar potenciais riscos para uma companha
eleitoral que mais cedo ou mais tarde vai acontecer.
O Dr. Portas é um sobrevivente em
permanente disputa por um lugar no poder e para isso demonstra um jogo de cintura de fazer inveja a qualqer enguia.
Boa parte dos portugueses tentam
ser sobreviventes ao que esta gente vai fazendo, fingindo que não quer fazer,
que é obrigada fazer mas que pretende continuar a fazer.
Até quando, até que limite?
1 comentário:
Paulo Portas é o político mais mais hábil, astuto e perigoso dentro do actual cenário político Português.
Vamos constatar isso (infelizmente) nas próximas eleiçõs legislativas.
Nunca o ouvi dizer que a especulação bolsista, os gestores pagos a peso de ouro e as grandes fortunas deviam contribuir com a parte de leão para o pagamento da dívida em que são os grandes responsáveis.
O sr. Portas tem esperteza saloia para saloios acreditarem.
VIVA!
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