A imprensa de hoje faz referência ao relatório de
avaliação dos nossos governantes, perdão da Troika, que os feitores, perdão, os
nossos governantes lhe apresentou relativamente à educação.
Registo que a saída de milhares de professores do
sistema permitiu um resultado excelente na diminuição dos recursos humanos na
administração pública e para mais nessa subclasse muito chata e desagradável,
os professores, que passam a vida a protestar e são uma malandragem que não
quer trabalhar.
Parece que o Relatório também insiste no cálculo
dos custos por aluno no sistema público e no sistema privado. Também creio que
é positivo porque as várias contas que têm sido feitas não agradam a todos e por
isso é preciso insistir, martela-se, martela-se ali, um dia saberemos quanto
custam os alunos. É importante pois, uma política contabilística, perdão, uma
política educativa, deve assentar no rigor e o MEC tem dado múltiplas provas de
como é especialista em metodologias rigorosas de que foi um excelente exemplo o
processo de colocação de professores.
Também se refere no Relatório a já conhecida
intenção de enviar 100 000 alunos para o germânico sistema dual de aprendizagem
que se junta ao ensino vocacional para receber aqueles preguiçosos e
incompetentes que não querem estudar e não atingem o domínio dos milhares de
descritores previstos nas metas curriculares e que passarão a certificar o
rigor e a excelência do nosso ensino. Parte dos custos desta via dos
incompetentes, cerca de 40 % do seu programa de ensino, deveria, diz o MEC, ser
suportada pelos nossos empresários que, dizem os nossos empresários, não
poderão fazê-lo por falta de recursos.
Se mesmo assim ainda ficar algum aluno algumas
dificuldades nas escolas vão montar-se umas turmas só para essa gente que
atrapalha quem quer progredir.
Estamos pois no bom caminho para construirmos um
sistema educativo bem mais tranquilo, criam-se condições para professores e
alunos saírem da escola, ficando só os mesmo bons e tudo será um paraíso.
Criado este cenário, a tranquilidade de uma
escola só com os melhores alunos poderemos ainda dar o salto final para a
verdadeira economia de custos e a cereja em cima do bolo da política
contabilística, perdão, da política educativa, montar um sistema de e-learning
para o qual bastaria meia dúzia de professores por área disciplinar, mais uns
mediadores por escola, poucos, que os alunos são bons, e teríamos o sistema
perfeito, certamente eficaz, certamente mais barato, certamente mais tranquilo,
...
Agora reparo que estas notas bizarras estão
completamente fora do espírito natalício. Desculpem, fico por aqui.
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