terça-feira, 18 de dezembro de 2012

OS MIÚDOS, O ELO MAIS FORTE

É com muita frequência que usamos, eu incluído, a expressão o “elo mais fraco” quando nos referimos aos miúdos e às circunstâncias de vida de muitos deles.
Um dia destes, numa roda de gente ligada de diferentes formas aos universos dos miúdos e numa conversa a propósito de situações de maus-tratos, alguém soltou o inevitável “são o elo mais fraco” e por aí continuou a conversa.
No entanto, fiquei a pensar como muito provavelmente, embora aparentem essa fragilidade que os identifica como o “elo mais fraco”, os miúdos, muitos deles, serão seguramente o “elo mais forte”.
Quando reparamos nos tratos a que muitos miúdos são submetidos em diferentes circunstâncias ou contextos, família, escola ou instituições, e verificamos como, apesar de tudo, sobrevivem, percebemos que de fracos não têm nada, antes pelo contrário, são de uma resistência e capacidade de sobrevivência que, é minha convicção, alguns adultos não conseguiriam demonstrar.
Na verdade, felizmente para eles, alguns miúdos em muitas situações absolutamente intoleráveis, acabam mesmo por ser o elo mais forte. Sorte a deles. É verdade que tragicamente alguns não aguentam mesmo, nem eles foram suficientemente fortes para resistir aos destratos que sofreram.
Por outro lado e apesar de tudo, tenho para mim que os miúdos são também o elo mais forte que estabelecemos com o futuro. Ainda por isso devemos cuidar deles para que não se lhes exija que demonstrem que são o elo mais forte. Ou não.

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