sábado, 1 de novembro de 2025

CHEGARAM AS BRUXAS

 Como por aqui já tenho referido, parece-me verdadeiramente importante preservar as nossas mais ancestrais tradições. É o caso da comemoração do Halloween que, felizmente se mantém, e deve, hoje mais do que nunca, ser considerada. É com o nosso incentivo ao envolvimento das nossas crianças com as “doçuras ou travessuras” que anunciam às nossas portas que será garantida a continuidade desta tradição tão nossa ainda que com um nome estrangeirado.

Na verdade, os tempos andam embruxados ou, como me diziam quando era pequeno mesmo sem ainda se ter inventado o Halloween por cá, temos de ir à bruxa, o mundo inteiro precisa, por assim dizer, de ir à bruxa.

E não será por falta de mágicos que dizem querer contrariar ou alimentar o “bruxedo”. Mágicos e candidatos a mágicos é o que não nos falta. Existem muitos, de várias cores e poderes afirmados. No entanto, existe um pequeno problema, muitos destas artistas da magia são parte do problema e não parte da solução.

Criam ou anunciam mundos mágicos no qual aparentemente só eles vivem ou acreditam, a generalidade das pessoas vive num mundo real e muita gente, demasiada gente passa mal no seu mundo real.

Os mágicos fazem truques com as palavras, com os números, com habilidades e manhas que mais do que mostrarem os seus poderes, mostram as suas fraquezas e inventam poções que não resultam ou são boas apenas para alguns e muito más para muitos mais.

A verdade das coisas, com demasiada frequência, fica escondida nas mangas dos mágicos que fazem mais uns truques criando inverdades, meias-verdades, quase verdades, verdades falsas, no fundo … mentiras que sustentam o discurso mágico dos mágicos e a sua visão mágica do mundo.

Acho que vou pedir boleia na vassoura de uma bruxa e tentar dar umas vassouradas embruxadas nesses mágicos, maiores ou mais pequenos.

Agora reparo, tenho um problema ... não acredito em bruxas.

É, teremos mesmo de ser nós a não aceitar os truques dos mágicos.

Mais a sério, quando era miúdo, o dia primeiro de Novembro era, é, o Dia de Todos os Santos e nós, miúdos, andávamos de casa em casa a pedir o “pão por Deus”, fruta, frutos secos, uns doces, tudo era o “pão por Deus”. Aparentemente já não há o “pão por Deus”.

Chegaram as bruxas.

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