Como por aqui já tenho referido, parece-me verdadeiramente importante preservar as nossas mais ancestrais tradições. É o caso da comemoração do Halloween que, felizmente se mantém, e deve, hoje mais do que nunca, ser considerada. É com o nosso incentivo ao envolvimento das nossas crianças com as “doçuras ou travessuras” que anunciam às nossas portas que será garantida a continuidade desta tradição tão nossa ainda que com um nome estrangeirado.
Na verdade, os tempos andam
embruxados ou, como me diziam quando era pequeno mesmo sem ainda se ter
inventado o Halloween por cá, temos de ir à bruxa, o mundo inteiro precisa, por
assim dizer, de ir à bruxa.
E não será por falta de mágicos
que dizem querer contrariar ou alimentar o “bruxedo”. Mágicos e candidatos a
mágicos é o que não nos falta. Existem muitos, de várias cores e poderes
afirmados. No entanto, existe um pequeno problema, muitos destas artistas da
magia são parte do problema e não parte da solução.
Criam ou anunciam mundos mágicos
no qual aparentemente só eles vivem ou acreditam, a generalidade das pessoas
vive num mundo real e muita gente, demasiada gente passa mal no seu mundo real.
Os mágicos fazem truques com as
palavras, com os números, com habilidades e manhas que mais do que mostrarem os
seus poderes, mostram as suas fraquezas e inventam poções que não resultam ou
são boas apenas para alguns e muito más para muitos mais.
A verdade das coisas, com
demasiada frequência, fica escondida nas mangas dos mágicos que fazem mais uns
truques criando inverdades, meias-verdades, quase verdades, verdades falsas, no
fundo … mentiras que sustentam o discurso mágico dos mágicos e a sua visão
mágica do mundo.
Acho que vou pedir boleia na
vassoura de uma bruxa e tentar dar umas vassouradas embruxadas nesses mágicos,
maiores ou mais pequenos.
Agora reparo, tenho um problema
... não acredito em bruxas.
É, teremos mesmo de ser nós a não
aceitar os truques dos mágicos.
Mais a sério, quando era miúdo, o
dia primeiro de Novembro era, é, o Dia de Todos os Santos e nós, miúdos,
andávamos de casa em casa a pedir o “pão por Deus”, fruta, frutos secos, uns
doces, tudo era o “pão por Deus”. Aparentemente já não há o “pão por Deus”.
Chegaram as bruxas.
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