Muitas vezes aqui tenho referido que a falta de docentes estava escrita nas estrelas e sucessivas equipas ministeriais, para além de más políticas públicas que afastaram milhares de professores das escolas, negavam a evidência, ouvia-se o mantra dos “professores a mais”.
O universo da educação tem estado
exposto nas últimas décadas a instabilidade e ruído permanente sem que se
perceba um rumo, um desígnio que potencie o trabalho de alunos, pais e
professores. Acresce que sucessivas equipas ministeriais têm empreendido um
empenhado processo de desvalorização profissional dos professores com impacto
evidente no clima das escolas e nas relações que a comunidade estabelece com
estes profissionais. Este cenário baixou drasticamente a atractividade da
carreira docente e, como sempre, sucessivos responsáveis por estes cenários,
esquecem-se do que produziram e ignoram responsabilidades, perorando sobre o
que fazer e que não fizeram.
Não é possível esperar mais,
adiando o futuro. Como acautelar o impacto da falta de docentes que envolve milhares de
alunos? São raras, aliás, as abordadens à situação dos alunos, designadamente no 1.º ciclo. Quem assume a responsabilidade?
A formação de professores, sem o
risco da “desprofissionalização”, ou seja, o abaixamento da qualidade da
formação, é a prioridade das prioridades a par de potenciar a atracção pela
função docente através de ajustamentos ao nível da carreira, modelo e avaliação,
do estatuto salarial, do excesso asfixiante de burocracia, entre outros
aspectos. O que é que não se entende?
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