quarta-feira, 12 de novembro de 2025

QUE FAZER COM ESTES RESULTADOS?

 Depois da divulgação em Julho dos resultados globais das provas finais do 9.º ano o Instituto de Educação, Qualidade e Avaliação divulgou um relatório com uma análise mais fina das provas e também das Provas de Monitorização da Aprendizagem (Moda).

Sublinhando a importância e utilidade da divulgação, a verdade é que se mantêm alguns invariantes que as políticas públicas se revelam incapazes de atenuar de forma mais sustentada.

Assim, são claras as diferenças entre as médias de Português e Matemática obtidas pelos alunos Alentejo litoral, península de Setúbal e Açores, significativamente mais baixas que a região norte.

Também de forma previsível, os alunos que frequentam o ensino privado obtêm, em média, resultados mais elevados que os do ensino público.

No que respeita aos resultados das Provas de Monitorização da Aprendizagem (Moda) realizadas pelos alunos do 4.º e 6.º ano alguns dados.

De registar que mais de metade dos alunos do 6.º ano, 55,7%, obtêm um resultado abaixo do nível Proficiente na avaliação em a literacia em Língua Portuguesa (55,7%) e a literacia histórico-geográfica (52,4%)", refere o relatório. No que respeita à literacia em Matemática mais de metade tem um desempenho ao nível Proficiente ou Avançado, 56,2% no 4.º ano e 51% no 6.º ano.

Tal como no caso do 9.º ano também nestas provas se registam assimetrias previsíveis face ao resultado médio dos alunos que beneficiam da Acção Social Escolar, à região geográfica e à frequência de ensino público ou ensino privado.

Como disse acima, as alterações face ao que é comparável com avaliações anteriores não são significativas, ainda que volte a sublinhar a importância da sua divulgação.

A questão crítica é, como sempre, o que fazemos com estes resultados, que ajustamentos nas políticas públicas de educação, mas não só, se exigem para que se corrijam assimetrias e melhorem os resultados dos alunos.

A qualidade promove-se, é certo e deve sublinhar-se, com a avaliação rigorosa e regular das aprendizagens, sim, naturalmente, mas também com a avaliação do trabalho dos professores e das escolas, com a definição de currículos adequados, com a estruturação de dispositivos de apoio a alunos e professores eficazes e suficientes, com a definição de políticas educativas que sustentem um quadro normativo simples e coerente e modelos adequados e desburocratizados de autonomia, organização e funcionamento das escolas, com a definição de objectivos de curto e médio prazo, etc.

É o que se exige, repito, das políticas públicas.

Sem comentários: