A intervenção de Marques Mendes atacando furiosamente Vítor
Gaspar pelas suas oscilações face à eventual reclamação junto da troika das
mesmas condições definidas para a Grécia, está a agitar as águas.
O Dr. Marques Mendes, uma figura que depois do seu passado
político, só parece endeusado como “senador” graças à pequenez da nossa vida
política, considerou que a deriva das afirmações do Ministro e as justificações
que apresentou, sugerem que entende os portugueses como um conjunto de “atrasados
mentais” e goza com o pagode.
Este tipo de afirmações é suficientemente populista e
demagógico para suscitar o aplauso geral, mas mais não revelam que a solidez ética
de muitos dos actores da cena política em Portugal.
Como certamente o Dr. Mendes sabe, o Primeiro-ministro teve
exactamente o mesmo discurso que o Ministro das Finanças, ou seja, um dia
reclama condições iguais e três dias depois diz que não se devem pedir as mesmas
condições. Estamos todos demasiado habituados a estas enguias políticas que
usam as palavras sem um mínimo de pudor ético para afirmar algo e o seu
contrário, para prometerem o que sabem não poder ou ter ideia de cumprir, para
defender o indefensável ou para atacar só porque sim, porque é isso que serve
os seus interesses de ocasião.
O Dr. Marques Mendes, para ir cumprindo a sua agenda de
visibilidade e a manutenção de uma popularidade habilidosamente construída, vai
assumindo uma postura de “uma no cravo, outra na ferradura” que rende aplausos
e é mascarada de isenção e crítica. Preocupação séria mesmo são os níveis de pobreza, desemprego e exclusão que milhões de portugueses sentem e a ameaça que pesa sobre muitos outros, não é este jogo de palavras inconsequentes e alimentadoras de estatutos imerecidos.
Na verdade, o Dr. Mendes também acha que os portugueses são “um
conjunto de atrasados mentais”, é assim a política no Portugal dos Pequeninos.
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