Uma notícia interessante vinda dos lados da 5 de
Outubro refere que as escolas integradas em TEIPs – Territórios Educativos de
Intervenção Prioritária terão um substancial acréscimo das verbas a si destinadas,
de 40 milhões de euros passam para 180, aguardando-se as propostas e projectos
que ao abrigo da autonomia possam apresentar para que, esperamos, sejam
eficazmente usadas. A este propósito, os TEIPs, algumas notas.
De há muito que afirmo que o sistema educativo
português, designadamente o subsistema público, é formado quase que
exclusivamente por TEIPs, alguns Territórios Educativos de Intervenção
Prioritária e muitos Territórios Educativos onde se faz a Intervenção Possível.
Este quadro, traduzido nos níveis elevados de insucesso e abandono, decorre de
muitas razões, umas mais interiores ao sistema educativo como políticas
educativas erradas ou reformas sucessivas não avaliadas e sempre em alteração e
outras de natureza mais geral como os modelos de desenvolvimento social e
económico ou os fenómenos de guetização urbanística que criam ilhas de
problemas que integram escolas de problemas.
Neste contexto e apesar dos esforços das escolas,
dos professores, e de alguns meios acrescidos com que os TEIPs contam como hoje
é noticiado, não é previsível que a curto prazo as mudanças positivas possam
ser significativas pelo que não surpreenderá a continuação dos patamares
insatisfatórios de sucesso e de comportamento embora se tenham vindo a registar
alguns indicadores positivos. Um gueto terá sempre uma escola guetizada com uma
população vulnerável ao insucesso e a problemas de natureza social. As
respostas envolvendo obviamente a escola, transcendem a escola, é um problema
de modelo social e de comunidade.
Não é um problema de conjuntura que pode,
circunstancialmente, ser mais ou menos favorável, é um problema de estrutura.
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