Nada de novo. Como sublinha o Público, o MEC
alterou pela terceira vez em pouco tempo regras de realização dos exames
nacionais do ensino secundário que tinha determinado. Agora tocou a vez ao
ensino artístico.
Lembram-se quando o MEC fez notar que estava em
vigor a determinação de que os exames nacionais do 12º deveriam incidir sobre
os conteúdos dos três anos do ciclo de estudos, independentemente, da questão
da existência e papel dos exames, afirmei que tal determinação me parecia
lógica ainda que desajustada na oportunidade.
As reacções de professores, pais e alunos a esta
decisão terão levado o Ministro a rever a posição no sentido da sua introdução
progressiva.
Deve juntar-se ainda as alterações relativas ao
ensino recorrente que motivaram um processo judicial por parte de 200 alunos
que também obrigaram a recuos por parte do MEC.
Considero absolutamente natural que ao tomar
decisões que não se revelam as mais adequadas, exista a inteligência, a
responsabilidade e a sensibilidade para mudar de posição, corrigindo decisões
ou procedimentos. Sublinho que isto deve ser encarado com normalidade e não
como fruto da crítica ou combate embora, quase sempre, a crítica e o combate se
tornem necessários para promover mudança.
O que já tenho mais dificuldade em compreender é
a deriva e ligeireza com que um ministério liderado por um homem que faz do
rigor, da qualidade e da excelência, o farol da sua actuação, se envolve em
sucessivas trapalhadas, avanços e recuos, confusão de processos e orientações
de que esta questão é apenas mais um exemplo e nem sequer o mais grave.
Não, definitivamente este tempo na educação não
tem nada a ver com tranquilidade e normalidade. A não ser que, dramaticamente,
tudo o que temos vindo a assistir seja a normalidade.
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