O Director da ASAE entende que é preciso responsabilizar os
mais, são “desinteressados”, e a melhor forma de os responsabilizar parece ser
a multa.
A proposta não foi acolhida e estaria, digo eu, condenada ao
fracasso como também o está a introdução de coimas aos pais de alunos
indisciplinados prevista no Estatuto do Aluno e que ainda não foi aplicada em
nenhum caso.
É verdade que muitos adolescentes, ouvidos em estudos nesta
matéria, referem a ausência de regulação dos pais sobre os gastos, sobre os
consumos ou sobre as horas de entrada em casa, que muitas vezes tem que ser
discreta e directa ao quarto devido ao “mau estado” do protagonista.
Como é evidente, já muitas vezes aqui o tenho referido com
base na minha experiência de contacto com pais de adolescentes, não estamos a
falar de pais negligentes. Podem acontecer situações de negligência mas, na
maioria dos casos, trata-se de pais, que sabem o que se passa, “apenas fingem”
não perceber desejando que o tempo “cure” porque se sentem tremendamente
assustados, sem saber muito bem o que fazer e como lidar com a questão. De fora
parece fácil produzir discursos sobre soluções, as multas por exemplo, mas para
os pais que estão “por dentro” a situação é muitas vezes sentida como maior que
eles.
É preciso que a comunidade esteja atenta a estes
adolescentes que logo desde os 13 ou 14 anos “acedem” às “litrosas” e aos shots
mas também aos seus pais que estão tão perdidos quanto eles.
Apesar de se poder vir a legislar no sentido de apenas aos
18 anos ser permitida a aquisição de qualquer tipo de álcool, parecem-me
imprescindíveis a adequada fiscalização e a criação de programas destinados a
pais e aos adolescentes que minimizem o risco do consumo excessivo.
A proibição, como sempre, não basta, só por si não adianta.
A proibição, como sempre, não basta, só por si não adianta.
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