Mais menores com problemas de comportamento dentro das instituições
Do relatório Caracterização Anual
da Situação de Acolhimento de Crianças e Jovens – CASA, da responsabilidade do
Ministério da Solidariedade e da Segurança Social relevam alguns indicadores
que se referem sinteticamente.
Mantém-se um número elevado de
crianças e adolescentes institucionalizados apesar se verificar um abaixamento
nos últimos anos. Acresce que um número significativo não tem projecto de vida
o que faz temer pela sua evolução futura.
É também relevante o aumento,
cerca de 10%, de problemas de comportamento e de saúde mental nas crianças e
jovens institucionalizados sem que os recursos disponíveis, espaços apropriados
e técnicos, sejam suficientes.
Uma pequena nota referente a este
universo das crianças institucionalizadas. Há algum tempo um estudo realizado
pela Universidade do Minho evidenciava a maior dificuldade que crianças
institucionalizadas revelam em estabelecer laços afectivos sólidos com os seus
cuidadores nas instituições. Esta dificuldade pode implicar alguns riscos no
desenvolvimento dos miúdos e no seu comportamento. Estes riscos poderão estar
ligados ao aumento dos problemas de saúde mental e comportamento.
A conclusão não questiona a
competência dos técnicos cuidadores das instituições, mas as próprias condições
de vida institucional e aponta no sentido da necessidade e urgência de encontrar
alternativas à institucionalização, apesar das inúmeras dificuldades que
sabemos existirem. Enquanto não, os apoios e os recursos adequados são
imprescindíveis.
Neste universo, acresce a
dificuldade enorme de algumas crianças em ser adoptadas devido a situações como
doença, deficiência, existência de irmãos ou uma idade já elevada. Assim,
muitas crianças estarão mesmo condenadas a não ter uma família.
Há que continuar a tentar desatar
os nós da vida dos miúdos e a transformá-los em laços.
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