quinta-feira, 16 de abril de 2015

OS NÓS E OS LAÇOS DA VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Mais menores com problemas de comportamento dentro das instituições

Do relatório Caracterização Anual da Situação de Acolhimento de Crianças e Jovens – CASA, da responsabilidade do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social relevam alguns indicadores que se referem sinteticamente.
Mantém-se um número elevado de crianças e adolescentes institucionalizados apesar se verificar um abaixamento nos últimos anos. Acresce que um número significativo não tem projecto de vida o que faz temer pela sua evolução futura.
É também relevante o aumento, cerca de 10%, de problemas de comportamento e de saúde mental nas crianças e jovens institucionalizados sem que os recursos disponíveis, espaços apropriados e técnicos, sejam suficientes.
Uma pequena nota referente a este universo das crianças institucionalizadas. Há algum tempo um estudo realizado pela Universidade do Minho evidenciava a maior dificuldade que crianças institucionalizadas revelam em estabelecer laços afectivos sólidos com os seus cuidadores nas instituições. Esta dificuldade pode implicar alguns riscos no desenvolvimento dos miúdos e no seu comportamento. Estes riscos poderão estar ligados ao aumento dos problemas de saúde mental e comportamento.
A conclusão não questiona a competência dos técnicos cuidadores das instituições, mas as próprias condições de vida institucional e aponta no sentido da necessidade e urgência de encontrar alternativas à institucionalização, apesar das inúmeras dificuldades que sabemos existirem. Enquanto não, os apoios e os recursos adequados são imprescindíveis.
Neste universo, acresce a dificuldade enorme de algumas crianças em ser adoptadas devido a situações como doença, deficiência, existência de irmãos ou uma idade já elevada. Assim, muitas crianças estarão mesmo condenadas a não ter uma família.
Há que continuar a tentar desatar os nós da vida dos miúdos e a transformá-los em laços.

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