Empresas apoiadas pelo Estado pagam 505
euros a engenheiros e professores
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apontou a redução do custo do trabalho para as empresas como uma reforma por fazer e afirmou que a quer concretizar nos próximos anos, com o apoio da União Europeia.
Na verdade, boa parte dos
vencimentos em empregos mais recentes, mesmo com gente qualificada, não são um
vencimento, são um subsídio de sobrevivência. É justamente a luta pela
sobrevivência que deixa muita gente, sobretudo jovens sem subsídio de
desemprego e à entrada no mundo do trabalho sem margem negocial, altamente
fragilizada e vulnerável, que entre o nada e a migalha "escolhe
amigavelmente" a "migalha", ou mesmo uma remota hipótese de um
emprego no fim de um período de indigno trabalho gratuito. Como é evidente,
esta dramática situação vai-se alargando de mansinho e numa espécie de tsunami
vai esmagando novos grupos sociais e famílias.
É um desastre. Grave e dramático
é que as pessoas são "obrigadas" a aceitar. Os mercados sabem disso,
as pessoas são activos descartáveis.
Ter como preocupação quase
exclusiva o abaixamento dos custos do trabalho através do aumento da carga
horária, da precariedade e do abaixamento de salários não será a
forma mais eficaz de combater o desemprego, promover desenvolvimento e criação
de riqueza.
Parece razoavelmente claro que a proletarização
da economia e o empobrecimento das famílias não poderá ser a base para o
desenvolvimento.
2 comentários:
Caro Professor,recomendo espreitar o Blog Ganhem Vergonha,onde estão inseridas estas e outras ofertas de emprego de empregadores ''sem vergonha'', desde estágios não remunerados de 1 ano até Engenheiros e Professores. è a realidade do mercado de emprego no sector privado.
https://www.facebook.com/ganhemvergonha
http://ganhemvergonha.pt/
Cumprimentos
Pedro.
Ps: Como podem 2 gerações 20 e 30 anos, constituir familia com estas ofertas de emprego ..deixo a pergunta, agora que se discute a natalidade no parlamento.
Pois é Pedro, estive a espreitar e é um despudor. Mas o Primeiro-ministro insiste de forma insensata e insensível na numa reforma que baixe os custos do trabalho.
Não fosse fazer humor negro recordava a velha história do burro do inglês, agora que já se tinha habituado a não comer logo havia de morrer.
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