quinta-feira, 16 de abril de 2015

A SALVÍFICA POBREZA

Empresas apoiadas pelo Estado pagam 505 

euros a engenheiros e professores

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apontou a redução do custo do trabalho para as empresas como uma reforma por fazer e afirmou que a quer concretizar nos próximos anos, com o apoio da União Europeia.
Na verdade, boa parte dos vencimentos em empregos mais recentes, mesmo com gente qualificada, não são um vencimento, são um subsídio de sobrevivência. É justamente a luta pela sobrevivência que deixa muita gente, sobretudo jovens sem subsídio de desemprego e à entrada no mundo do trabalho sem margem negocial, altamente fragilizada e vulnerável, que entre o nada e a migalha "escolhe amigavelmente" a "migalha", ou mesmo uma remota hipótese de um emprego no fim de um período de indigno trabalho gratuito. Como é evidente, esta dramática situação vai-se alargando de mansinho e numa espécie de tsunami vai esmagando novos grupos sociais e famílias.
É um desastre. Grave e dramático é que as pessoas são "obrigadas" a aceitar. Os mercados sabem disso, as pessoas são activos descartáveis.
Ter como preocupação quase exclusiva o abaixamento dos custos do trabalho através do aumento da carga horária, da precariedade e do abaixamento de salários não será a forma mais eficaz de combater o desemprego, promover desenvolvimento e criação de riqueza.
Parece razoavelmente claro que a proletarização da economia e o empobrecimento das famílias não poderá ser a base para o desenvolvimento.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Professor,recomendo espreitar o Blog Ganhem Vergonha,onde estão inseridas estas e outras ofertas de emprego de empregadores ''sem vergonha'', desde estágios não remunerados de 1 ano até Engenheiros e Professores. è a realidade do mercado de emprego no sector privado.

https://www.facebook.com/ganhemvergonha

http://ganhemvergonha.pt/

Cumprimentos
Pedro.

Ps: Como podem 2 gerações 20 e 30 anos, constituir familia com estas ofertas de emprego ..deixo a pergunta, agora que se discute a natalidade no parlamento.


Zé Morgado disse...

Pois é Pedro, estive a espreitar e é um despudor. Mas o Primeiro-ministro insiste de forma insensata e insensível na numa reforma que baixe os custos do trabalho.
Não fosse fazer humor negro recordava a velha história do burro do inglês, agora que já se tinha habituado a não comer logo havia de morrer.