Com a presença de Nuno Crato foi
inaugurado o Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro em cuja missão se
integra a difusão do mandarim nas escolas portuguesas. Dá-se, assim mais um
passo para cumprir o anúncio de Nuno Crato feito em Pequim em Maio de 2014, “Há
uma grande notícia”. Aguçaram-se os espíritos face a uma grande notícia saída
da 5 de Outubro e … “o ensino do mandarim vai integrar de forma opcional os
currículos do 3º ciclo e do ensino secundário”.
Na altura a comunidade educativa
portuguesa exultou com o grande salto em frente.
Neste percurso do mandarim nas
escolas portuguesas é justo realçar a experiência visionária da autarquia de S.
João da Madeira que, no uso antecipado de competências municipais em matéria de
currículo, tem vindo a promover o ensino
do mandarim nas escolas do concelho. É já obrigatório no 1º ciclo,
facultativo no 5º e vai estender-se até ao secundário.
A alguns menos avisados e até a alguns
conservadores maledicentes que entendem que os problemas em matéria de
currículo no sistema educativo português são bastante mais importantes e
urgentes que o ensino do mandarim, a “grande notícia” podia levá-los a pensar,
mais uma vez, “a montanha pariu um ©rato”. Estão errados, a decisão é, como
sempre, genial.
Como sabem, o ensino do mandarim
em Portugal está em alta, existe já uma oferta significativa para crianças,
sobretudo no ensino particular, sempre muito atento ao mercado. Aliás, alguns
pais ouvidos em trabalhos da imprensa, referem o impacto e importância futura
que pode ter para as criancinhas o ensino do mandarim. O programa de
privatizações que tem vindo a ser seguido autoriza esta ideia, a China foi o
maior investidor em Portugal durante 2014, e consta que Eduardo Catroga,
António Mexia e mais uns quantos também frequentam as aulas de mandarim.
Neste movimento de aproximação ao
mandarim deve destacar-se o esforço visionário da autarquia de 聖約翰木 (S. João da Madeira), que já há algum
tempo proporciona o ensino do mandarim em todas as escolas do 1º ciclo e tem
como objectivo estender o seu ensino até ao 12º ano. Enquanto o Ministro Nuno
Crato andou um pouco à deriva com o ensino do Inglês, S. João da Madeira, deu
um passo em frente, antecipou a municipalização da educação em matéria de
currículo e, para além do inglês, oferece o mandarim. Justifica a decisão como
uma forma de antecipar futuros contactos comerciais com "o maior mercado
da humanidade".
De início, ainda tive algumas
dúvidas mas quando pensei melhor, é sempre tempo, comecei a perceber o alcance
e a visão de decisões desta envergadura. De facto, um concelho em que todos
saibam 普通話 (mandarim) é um concelho a
entrar no futuro, um exemplo de antecipação do progresso, um concelho em
privilegiadíssima posição negocial. Esqueçam a importância do inglês, do
francês ou do alemão, são ferramentas antiquadas e inúteis. O nosso futuro
passa pelo "maior mercado da humanidade", a ida de milhares de
portugueses para a China e a vinda de milhões de chineses para Portugal, num
tráfego infernal de charters, genialmente antecipada por Paulo Futre, exige que
depois do português, ou mesmo em vez de, todos nós dominemos o普通話 (mandarim). Acresce que, como é sabido, a nossa generosa
oferta de vistos Gold, apesar de alguns sobressaltos e negociatas, é muito
significativamente aproveitada por cidadãos chineses que carregados de dinheiro
chegam a Portugal e não têm com quem falar a não ser com os seus compatriotas
de lojas e restaurantes. Não pode ser, nós portugueses temos de falar mandarim
para que possamos receber os generosos cidadãos chineses que vêm
realizar os seus investimentos em Portugal bem como os empresários chineses que
vão comprando as nossas empresas
Os autarcas de S. João da Madeira
(聖約翰木) e o Ministro da Educação (教育部长) mostram
como visão e audácia são o caminho para o futuro.
PS –Para o que der e vier ...
我也正在學習 (Também já estou a
aprender) - Com o auxílio do tradutor do Google. Não sei se será uma boa
escolha.
3 comentários:
Agola é que vamos aplender e implementlar plojectos tlansversais e velticais com mandalim, inguelês, flances, espanhol, milandês e isso.
Absolutamente fascinante! Estou rendida. A sentir-me vazia por dentro: falta-me o mandarim. O pudim? Não, o discurso, o entendimento, o código. Rumo a uma escola monocultural, focada nos grandes números e nos grandes negócios. É que chineses há muitos. E chapéus também. Mas barretes, servem a quem os quiser. Numa escola que tanto tão mal ensina a tão poucos, propôr mais e mais... quando é que lhes parece que talvez seja inútil e absurdamente demais...? Quando é que passamos ao essencial?
Pois é Dulce, como se diz lá pelo Alentejo "sopram ventos malinos".
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