sábado, 18 de abril de 2015

PORQUE NÃO EM E-LEARNING? ERA MAIS "EFICIENTE"

O Governo vê nesta alteração algo de extraordinariamente positivo, é uma prova de eficiência, sempre a eficiência.
Acontece que como Governo, Nuno Crato em particular, sabem muito bem este rácio é uma habilidade administrativa que não funciona no contexto real dos territórios educativos portugueses.
O rácio alunos por professor alimenta a tese dos “professores a mais” tão cara ao MEC e a algumas vozes com agenda própria mas importa, por exemplo, conhecer a dimensão das turmas nas escolas reais e, sobretudo, nas escolas implantadas em territórios educativos com maior dificuldade.
Não é aceitável considerar apenas o número total de professores e o número de alunos estabelecendo um rácio pois o modelo de organização e funcionamento das escolas e agrupamentos atribui aos professores imensas funções não lectivas e, por outro lado, o rácio é um indicador enganador na medida em que especificidades dos contextos impõem outro tipo de problemas. Sabemos ainda que escolas que servem territórios educativos mais complicados são, com frequência as que têm maior número de alunos por turma
Não é, certamente, por acaso que a OCDE tem vindo a alertar para os riscos do aumento do número de alunos por turma nas escolas portuguesas.
Quanto maior é a nau maior é a tormenta.
Mas na visão do MEC e do Governo quanto menos professores mais eficiência. À luz deste entendimento surpreende.me que Nuno Crato ainda não se tenha lembrado de promover o funcionamento da escolaridade obrigatória em sistema de e-learning. Seria suficiente meia dúzia de professores por área disciplinar, mais uns mediadores por escola, poucos, só para os alunos bons, os que atrapalham vão saindo das salas de aula.
Teríamos o sistema perfeito, certamente mais eficiente, certamente mais barato, certamente mais tranquilo.

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