O DN e hoje aborda uma questão à qual também me tenho referido neste espaço, a pressão a que muitas crianças e adolescentes estão sujeitos para que atinjam a excelência no seu desempenho escolar. A peça do DN
é ilustrada com um caso de um jovem que sentiu problemas de alguma seriedade em
consequência dessa pressão, quase sempre de origem familiar, mas também
presente em discursos escolares.
Conheço imensas situações de crianças que por pressão dos
pais preocupados com a excelência e a competição são empurradas para a escola logo
aos cinco anos e desde início são constantemente pressionadas para a obtenção
de bons resultados. Acresce que esta pressão se estende à “obrigatoriedade” das
crianças se numa infinidade de outras actividades de diferentes áreas para que
acedam a competências extraordinárias e em que também terão de atingir a
excelência. É preciso ser bom em tudo e é preciso preparar para o futuro,
curiosamente, descuidando, por vezes e de forma preocupante, o presente.
Alguns professores referem frequentemente a dificuldade em
lidar com esta pressão dos pais no sentido da excelência e da progressão rápida
dos miúdos.
Como é previsível, muitas crianças ou adolescentes, por
questões de maturidade ou funcionamento pessoal, suportam de forma menos
positiva esta pressão dos pais potenciando o risco de disfuncionamento,
rejeição escolar e, finalmente, insucesso.
Não é raro que muitos miúdos e adolescentes acabem por
viver angustiadamente perante o risco do fracasso escolar e de se sentirem responsáveis
por expectativas familiares defraudadas. Em alguns casos mais complicados podem acontecer situações mais preocupantes como a automutilação
ou mesmo ideias ou comportamentos suicidas.
Estas situações, apesar de, felizmente, não assumirem todas o mesmo nível de gravidade deveriam merecer alguma reflexão.
Como é evidente, não está em causa a importância dos incentivos familiares, da expressão por parte dos pais de expectativas positivas ou do desejo de bons resultados. Diria mesmo que essa atitude e discursos são importantes para os mais novos, mostram-lhes o intersse e o envolvimento dos pais.
Sabemos também que esta pressão decorre, em boa parte, da ideia de que num mundo hipercompetitivo só sobrevivem os melhores. Acontece, como sabemos, que o mundo pode, deve, acomodar a diferença e que nem sempre os melhores são os que atingiram melhores notas no seu trajecto escolar.
Estas situações, apesar de, felizmente, não assumirem todas o mesmo nível de gravidade deveriam merecer alguma reflexão.
Como é evidente, não está em causa a importância dos incentivos familiares, da expressão por parte dos pais de expectativas positivas ou do desejo de bons resultados. Diria mesmo que essa atitude e discursos são importantes para os mais novos, mostram-lhes o intersse e o envolvimento dos pais.
Sabemos também que esta pressão decorre, em boa parte, da ideia de que num mundo hipercompetitivo só sobrevivem os melhores. Acontece, como sabemos, que o mundo pode, deve, acomodar a diferença e que nem sempre os melhores são os que atingiram melhores notas no seu trajecto escolar.
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