Num mundo que sempre foi composto de mudança tomando novas
qualidades dificilmente poderemos ser surpreendidos. No entanto, devo confessar
que me espantou um pouco a oferta de acompanhamento dos mortos e dos cemitérios
em realidade virtual.
Na verdade, se não fosse o pequeno problema da luta diária
pela sobrevivência que nos torna hiper-realistas tudo o que nos rodeia, poderia
ser uma espécie de realidade virtual, um jogo que poderíamos “mandar abaixo” e
jogar de novo.
Os promotores e autarquias aderentes a esta ferramenta e
suporte parecem ver vantagens nesta ligação virtual com a morte e com os cemitérios,
uns por umas razões, naturalmente, e outros por razões diferentes que nem se me
afiguram claras, limitação minha, obviamente.
Confesso que sou, sinais dos tempos, um utilizador diário e
em diferentes aspectos das novas tecnologias e das suas utilíssimas capacidades
e inúmeras potencialidades. No entanto, conversa de velho, confunde-me um
bocado este ideia dos defuntos em rede, dos cemitérios à distância de um
clique.
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