segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A GENEROSIDADE DO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

A imprensa de hoje refere a existência de um estudo que poderá sustentar a decisão do Governo, cumprindo orientações do FMI e da OCDE, de acabar com a "generosidade" dos subsídios de desemprego na população mais velha reduzindo-os, para apoiar mais os desempregados mais novos.
Sabemos de situações em que na verdade o subsídio de desemprego, tal como está, não incentiva a procura de emprego pelo que se justificarão alguns ajustamentos.
No entanto, é fundamental não esquecer que mais de metade dos 16,9 % de desempregados não tem subsídio de desemprego que atingirá em termos reais um milhão e meio de portugueses. Que entre os jovens o desemprego ronda os 40 %, muitos deles também sem subsídio. Que segundo as últimas estimativas cerca de 120 000 pessoas já desistiram de procurar emprego.
Parece ainda de recordar que os tão falados cortes de 4 000 milhões, na agenda próxima do Governo, parecem direccionar-se sobretudo, para não variar, para a educação, saúde e apoios sociais.
O país vive à beira de uma tragédia social que já chegou para muitas famílias. É de exigir o maior dos cuidados neste caminho de cortes nos rendimentos das famílias, na "generosidade" de alguns subsídios de desemprego, uma pequena minoria obviamente.
Curiosamente, a minoria com reformas altíssimas, parte delas pagas noutros suportes como participações planos de reforma e rendimento escapam com relativa facilidade aos cortes que mais afectam pessoas com rendimentos bem mais baixos.
Contrariamente ao pensamento do Dr. Ulrich as pessoas não conseguem aguentar tudo e a corda parte mesmo.

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