A imprensa de hoje refere a
existência de um estudo que poderá sustentar a decisão do Governo, cumprindo
orientações do FMI e da OCDE, de acabar com a "generosidade" dos
subsídios de desemprego na população mais velha reduzindo-os, para apoiar mais
os desempregados mais novos.
Sabemos de situações em que na
verdade o subsídio de desemprego, tal como está, não incentiva a procura de
emprego pelo que se justificarão alguns ajustamentos.
No entanto, é fundamental não
esquecer que mais de metade dos 16,9 % de desempregados não tem subsídio de
desemprego que atingirá em termos reais um milhão e meio de portugueses. Que
entre os jovens o desemprego ronda os 40 %, muitos deles também sem subsídio.
Que segundo as últimas estimativas cerca de 120 000 pessoas já desistiram de
procurar emprego.
Parece ainda de recordar que os
tão falados cortes de 4 000 milhões, na agenda próxima do Governo, parecem
direccionar-se sobretudo, para não variar, para a educação, saúde e apoios
sociais.
O país vive à beira de uma
tragédia social que já chegou para muitas famílias. É de exigir o maior dos
cuidados neste caminho de cortes nos rendimentos das famílias, na "generosidade"
de alguns subsídios de desemprego, uma pequena minoria obviamente.
Curiosamente, a minoria com
reformas altíssimas, parte delas pagas noutros suportes como participações
planos de reforma e rendimento escapam com relativa facilidade aos cortes que
mais afectam pessoas com rendimentos bem mais baixos.
Contrariamente ao pensamento do
Dr. Ulrich as pessoas não conseguem aguentar tudo e a corda parte mesmo.
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