Anda por aí um alarido sobre se
Portugal deverá, ou não, ter uma saída "limpa" do programa a que
chamaram de ajustamento mas que se tratou de empobrecimento.
A discussão envolve sobretudo os
economistas e os políticos que ocupam, ou querem ocupar o poder, um grupo de
gente que de uma forma geral como os últimos tempos têm mostrado, salvo algumas
excepções, sabe pouco de pessoas, sim, de pessoas.
Uns, apoiam-se em modelos
teóricos e interesses que, evidentemente, não têm a ver com os interesses da
maioria das pessoas e do seu bem-estar, outros produzem elucidativas afirmações
como "A vida das pessoas não está
melhor, mas a vida do país está muito melhor" ou que o "empobrecimento "
é um caminho para o desenvolvimento.
Na verdade, se olharmos para o que tem sido e vai
continuar a ser a vida de milhões de portugueses, para o brutal nível de
desemprego, com muita gente sem qualquer perspetiva de voltar a conseguir
trabalho, para milhares e milhares de jovens com vidas adiadas e precárias com
muitos partir de uma terra que deles não cuida, o empobrecimento das famílias, dos
velhos, etc., como é que é possível falar de uma "saída" e de uma
saída "limpa"?
Não sei se vamos ter uma saída limpa, não sei vamos
ter uma saída com "plano cautelar", não sei se vamos ter uma saída
"mista". Os administradores, a troika e a Senhora Merkel, dirão e os
feitores que nos governam cumprirão.
Sei que vamos continuar com um inferno na vida da
gente, com a dignidade roubada ou ameaçada e alguma outra gente continuará com
as mãos e a consciência, se a tivesse, bem sujas.
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