A afirmação do Dr. Rui Machete é
um excelente exemplo da hipocrisia no discurso político.
Como pode afirmar com a maior
serenidade que não tem razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial nos
compromissos que diz assumir para comprar a sua entrar na CPLP?
Como é evidente, a não ser que seja por "honoris
causa" de que se não vislumbra a razão, não se percebe muito bem como um
país que tem como língua oficial o castelhano, foi uma antiga colónia de
Espanha, vai administrativamente mudar a sua língua oficial e passar a falar
português para integrar a CPLP.
É ainda reconhecido o regime
ditatorial, cleptocrata e corrupto que a governa, a miséria brutal em que vive
a esmagadora maioria do seu povo, desrespeito absoluto por direitos humanos
incluindo a pena de morte em vigor, etc. e, sobretudo, como esta adesão, um
"final feliz" como lhe chamou o Secretário de Estado Campos
Ferreira, poderá ser um favor ao regime que lave a sua imagem e isolamento na
comunidade internacional.
É certo que a CPLP corre também o
risco de se transformar em Comunidade dos Países de Língua Acordesa, mas a
entrada de um país de língua castelhana ou, uma nova variante transitória, o
"conhecido portunhol" é algo de estranho.
Não tem nada a ver com este
processo, evidentemente, mas a Guiné Equatorial é o terceiro maior produtor de
petróleo da África subsariana.
Talvez Rui Machete quando refere
que não tem razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial tenha em mente as
promessas de injectar dinheiro no Banif ou noutros "negócios" que
comprem esta adesão e tentativa de branqueamento internacional.
Uma "semvergonhice".
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