domingo, 2 de março de 2014

A GUINÉ EQUATORIAL NA CPLP. Bienvenida


A afirmação do Dr. Rui Machete é um excelente exemplo da hipocrisia no discurso político.
Como pode afirmar com a maior serenidade que não tem razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial nos compromissos que diz assumir para comprar a sua entrar na CPLP?
Como é evidente,  a não ser que seja por "honoris causa" de que se não vislumbra a razão, não se percebe muito bem como um país que tem como língua oficial o castelhano, foi uma antiga colónia de Espanha, vai administrativamente mudar a sua língua oficial e passar a falar português para integrar a CPLP. 
É ainda reconhecido o regime ditatorial, cleptocrata e corrupto que a governa, a miséria brutal em que vive a esmagadora maioria do seu povo, desrespeito absoluto por direitos humanos incluindo a pena de morte em vigor, etc. e, sobretudo, como esta adesão, um "final feliz" como lhe chamou  o Secretário de Estado Campos Ferreira, poderá ser um favor ao regime que lave a sua imagem e isolamento na comunidade internacional.
É certo que a CPLP corre também o risco de se transformar em Comunidade dos Países de Língua Acordesa, mas a entrada de um país de língua castelhana ou, uma nova variante transitória, o "conhecido portunhol" é algo de estranho.
Não tem nada a ver com este processo, evidentemente, mas a Guiné Equatorial é o terceiro maior produtor de petróleo da África subsariana.
Talvez Rui Machete quando refere que não tem razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial tenha em mente as promessas de injectar dinheiro no Banif ou noutros "negócios" que comprem esta adesão e tentativa de branqueamento internacional.
Uma "semvergonhice".

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