domingo, 16 de março de 2014

UM RAPAZ MUITO SIMPÁTICO

Era uma vez um Rapaz. Não há muitos rapazes como este Rapaz, diziam. Toda a gente gostava deste rapaz. Era uma jóia, afirmavam. Simpático como nenhum, muito delicado e solícito. Não dava um passo sem pedir licença. Agradecia de forma muito reconhecida tudo o que lhe davam ou diziam.
Na realização de qualquer tarefa solicitava constantemente a aprovação dos adultos, pais e professores, mesmo nos pormenores mais irrelevantes. Não era muito bom aluno, mas compensava a situação com a vontade de fazer bem e com o permanente pedido de ajuda e incentivo.
Um dia, uma Professora do Rapaz comentava com o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, como seria bom que todos os alunos fossem simpáticos como o Rapaz. Depois de a ouvir o Professor Velho naquele jeito sereno disse-lhe:
Não estou muito convicto de que seja assim como tu dizes Professora. Parece-me que esse Rapaz não está muito bem. Padece de mal-estar na confiança. Tê-la-á perdido e não sabe onde a procurar, talvez os adultos a tenham, pensa ele. Antes que ele desista, ajudem-no a encontrá-la. Ele poderá parecer menos simpático, mas vai ficar um Rapaz mais feliz, mais confiante”.

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