No final de Janeiro, o Ministro
Rui Machete informa que nas três primeiras semanas do ano foram emitidos 49
vistos "gold" representando um investimento de 27 milhões de euros.
Na altura. Rui Machete, afirmou a
sua convicção de que "2014 será mais um ano promissor" no que se
refere a um negócio em expansão, a venda de vistos gold a
estrangeiros em troco de investimento em Portugal. Durante 2013 Portugal
concedeu cerca de 470 vistos para actividade de investimento, num total que
rondou os 300 milhões de euros, investidos fundamentalmente na compra de
imobiliário. Os cidadãos estrangeiros que desta forma mais
"investem" em Portugal, são os chineses, claro, seguindo-se cidadãos
da Rússia, Brasil, Angola e África do Sul.
A notícia de hoje na imprensa
relativa à detenção de um rapaz chinês dado a actividades pouco "gold", por assim dizer, e que tinha tido acesso a um dos vistos vendidos por Portugal e
que são uma chave para a entrada no espaço Schengen, quase toda a Europa, mostra um
excelente exemplo do que está envolvido no "investimento" em vistos
por parte de alguns cidadãos muito empreendedores e dos riscos óbvios daí decorrentes.
Por outro lado e a propósito
deste movimento de chegadas e partidas e considerando a contabilidade
relativa aos que de fora cá dão um pulo para "investir" a troco de
vistos gold, seria interessante fazer as contas relativamente ao
que perdemos com a partida de muitos milhares de jovens altamente qualificados
que depois de cá adquirirem formação se sentem obrigado a partir a troco de um
futuro pois por cá ... as portas estão fechadas, recebem um visto dark de
partida. São muitos, demasiados, milhões de euros que se perdem, no
investimento feito e nas consequências económicas e sociais da partida, muitas
vezes definitiva.
Eu sei que a economia é um
universo demasiado sofisticado para que um cidadão comum possa entender os seus
meandros, mas este não pode ser o caminho.
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