Sem estranheza, o bem estar e os
direitos dos miúdos para muito boa gente não passam de retórica para enfeitar
discursos, a proposta relativa à co-adopção de crianças por
parte de casais homossexuais foi chumbada na Assembleia da República. Na
verdade, o que foi chumbado foi o direito de protecção, bem estar e família de
que as crianças, todas as crianças, deveriam gozar. Este direito, é,
evidentemente, uma irrelevância quando comparado com o preconceito e a
discriminação em nome de uma "normalidade" indefinida e insustentável
que alguns tentam mascarar de ciência e preocupação com as crianças.
Desculpem a insistência, mas como
ontem escrevia, o que faz com toda a certeza mal às crianças, é serem
maltratadas e os maus tratos não decorrem do tipo de famílias, mas da
competência humana e educativa, por assim dizer, de quem delas cuida, pais,
mães ou educadores. Quando as crianças são bem tratadas e crescem com adultos
que gostam delas, as protegem e as ajudam a crescer, elas encontram caminhos
para lidar com dois pais ou com duas mães.
Insisto, o que as crianças
quase sempre não sabem como resolver é quando têm por perto adultos,
heterossexuais ou homossexuais, que não gostam delas, que as maltratam,
negligenciam, abandonam, etc. Isso é que faz mal às crianças.
O resto é uma discussão não
conclusiva, assente em valores de que não discuto a legitimidade, mas que não
podem ser confundidos com um discurso de defesa das crianças de males que estão
por provar.
Parece bem mais importante
defendê-las dos males comprovados e que todos os dias desfilam aos nossos
olhos.
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