Anda agitada a vida política, agora em modo epistolar, no Portugal dos Pequeninos. Depois da época das SMS, agora temos as cartas. Toda a gente escreve cartas a toda gente. Devo dizer que acho bonito o regresso a esta forma de comunicação que as tecnologias têm feito cair em desuso. Não sei se assim tem acontecido, mas ainda mais interessante seria que as cartas estivessem escritas à mão.
O problema é que estas cartas acabam por ser mais uma retórica, uma forma de fingir que existe comunicação que na verdade ninguém parece desejar. O PS diz que a carta do Governo chegou com dois anos de atraso. Acontece por vezes os CTT terem esta dificuldade em cumprir a entrega da correspondência em tempo útil.
O PS também terá adiantado que vai responder para a semana, pois "todas as cartas têm resposta". Vamos ver se a carta de resposta não demorará dois anos a chegar ao destinatário pelo que se solicita uma atençãozinha por parte dos CTT a esta carta.
Estou a agora a olhar para as notícias que vão pssando no noticiário televisivo e vão-se sucedendo as referências às cartas e às respostas às cartas.
E lá fora, na vida real, a vida de milhões de portugueses segue em enorme sofrimento que não cabe nas cartas que não enviam nem recebem.
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