No Público de hoje surge um trabalho interessante
sobre um universo que tem vindo a aumentar, o das designadas famílias
recompostas. Com o crescimento registado no número de divórcios aumentam as
situações de agregados familiares compostos pelos adultos e por crianças que
provêm de ligações anteriores, sendo ainda que muitas destas crianças dividem a
sua vida familiar por duas estruturas, a que a mãe reconstruiu e a que o pai
também estruturou.
Na peça são abordadas algumas situações que
decorre com a serenidade que os ambientes familiares solicitam mas, a
experiência diz-me, em alguns casos os adultos envolvidos sentir alguma
insegurança ou mesmo solicitar alguma ajuda até porque as questões de família e
das novas famílias são ainda objecto de discursos muito contaminados pelos
sistemas de valores, cultura e convicções.
O volume de opiniões sobre estas situações é
extenso, oscilando entre considerações de natureza moral e/ou ética e um
entendimento científico sobre a forma como as famílias e sobretudo as crianças
e jovens lidam com as circunstâncias. Por mim, creio “apenas” que o(s)
ambiente(s) familiar(es) deve ser suficientemente saudável para que a criança
se organize também saudavelmente e faça o seu caminho sem uma excessiva
preocupação geradora de ansiedade e insegurança em todos os envolvidos, miúdos
e graúdos.
De há muito que defendo ser mais interessante
para as crianças uma boa separação do que uma má família. No entanto, como
sempre afirmo, há que estar atento e perceber os sinais que as crianças mostram
e, na verdade, com alguma frequência, os pais estão tão centrados no seu
próprio processo que podem negligenciar não intencionalmente a atenção aos
miúdos. Pode ser necessário alguma forma de apoio externo mas sempre encarado
de uma forma que se deseja serena e não culpabilizante.
Para ilustrar este universo um desenho que,
creio, já aqui ter deixado de uma criança a quem foi solicitado na escola que
desenhasse a sua família.
Acho muito interessante que as suas duas famílias têm um solzinho que as aquece e aconchega.
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