Os últimos dias têm sido férteis
em referências a saídas, despedidas políticas, sendo que a mais mediática
destas despedidas terá sido a do Ministro Miguel Relvas após uma obscena
narrativa, como agora se diz, que durou tempo de mais e teve contornos pouco
edificantes.
A trama de que a memória se tece
tem aspectos curiosos. A saída, real ou potencial de boa parte destas
personagens, recordou-me uma figura significativa aqui no universo familiar que
já partiu há uns anos, o Ti Matosa, que, entre outras virtudes, era homem com
uma permanente boa disposição que se apoiava num sentido de humor e numa
linguagem de uma finura absolutamente esmagadores.
Na memória da tribo familiar
ficaram registadas várias das suas expressões. Lembrei-me de uma delas sobre as
despedidas, estas despedidas.
Quando alguém se despedia dele, o
Ti Matosa, com aquela voz e riso tão peculiares, quase sempre assim falava,
"Então adeus, olha, leva saudades que é coisa que cá não deixas".
Pois é, boa parte desta gente
pode ir embora e levar saudades, é sentimento que não criaram. Ao contrário do
Ti Matosa, que já partiu há uns anos e deixou um monte de saudades.
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