quarta-feira, 10 de abril de 2013

AS DESPEDIDAS

Os últimos dias têm sido férteis em referências a saídas, despedidas políticas, sendo que a mais mediática destas despedidas terá sido a do Ministro Miguel Relvas após uma obscena narrativa, como agora se diz, que durou tempo de mais e teve contornos pouco edificantes.
A trama de que a memória se tece tem aspectos curiosos. A saída, real ou potencial de boa parte destas personagens, recordou-me uma figura significativa aqui no universo familiar que já partiu há uns anos, o Ti Matosa, que, entre outras virtudes, era homem com uma permanente boa disposição que se apoiava num sentido de humor e numa linguagem de uma finura absolutamente esmagadores.
Na memória da tribo familiar ficaram registadas várias das suas expressões. Lembrei-me de uma delas sobre as despedidas, estas despedidas.
Quando alguém se despedia dele, o Ti Matosa, com aquela voz e riso tão peculiares, quase sempre assim falava, "Então adeus, olha, leva saudades que é coisa que cá não deixas".
Pois é, boa parte desta gente pode ir embora e levar saudades, é sentimento que não criaram. Ao contrário do Ti Matosa, que já partiu há uns anos e deixou um monte de saudades.

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