Procurando olhar para o lado de fora da crise, uma referência a um universo também ele marcado por dificuldades. A Vodafone criou em 2012 um serviço de atendimento a clientes com deficiência auditiva, assegurado por assistentes com competência em Língua Gestual Portuguesa e que já registou mais de quatro mil videochamadas.
É importante registar este passo importante no sentido de proporcionar equidade de oportunidades e qualidade de vida às pessoas com deficiência. No âmbito ainda dos problemas da comunidade com deficiência auditiva é de recordar que no serviço público de televisão, a RTP, o único programa de informação passado em horário nobre e sinal aberto, o Hoje, emitido com tradução para língua gestual permitindo o acesso à informação televisiva por parte da comunidade de surdos, passou para as 24 h. Como é evidente, este horário está longe de ser o mais indicado, pelo que muitas pessoas afectadas ou conhecedoras destas dificuldades têm protestado.
É verdade que protestam mas no fundo não estranham, as pessoas com deficiência sabem que a sua vida diária, apesar de muitos avanços que não devemos esquecer, ainda é marcada por inúmeros obstáculos e muitas circunstâncias de discriminação.
No entanto, importa sublinhar que um canal público, que justamente por ser público está obrigado aassegurar serviço público, não pode com esta ligeireza e indiferença esquecer a comunidade dos surdos em matéria de informação diária, embora mantenha a tradução para língua gestual em outros programas o que se regista mas não é suficiente.
A voz das minorias é sempre muito baixa, ouve-se mal. e existem variadíssimas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência, designadamente qualificação profissional e emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes.
Termino com uma afirmação que recorrentemente subscrevo, os níveis de desenvolvimento das comunidades também se aferem pela forma como lidam com as minorias e as suas problemáticas.
Sem comentários:
Enviar um comentário