domingo, 28 de abril de 2013

LITURGIA POLÍTICA

Na partidocracia em que vivemos existem uns actos litúrgicos, os congressos partidários, que estranhamente, ou não, merecem uma cobertura mediática que, do meu ponto de vista não se justifica na partidocracia em que nos atolámos.
Este fim de semana está a decorrer o Congresso do PS e a imprensa está cheia de referências ao que por lá vai acontecendo. Como é habitual, do que por lá vai acontecendo, tal como nos Congressos dos outros partidos, pouca coisa se torna verdadeiramente importante para o chamado país real até porque boa parte do que lá é dito é quase que exclusivamente para consumo interno, como por exemplo me parece a afirmação de um pedido de maioria absoluta pelo líder António José Seguro.
Na verdade, os Congressos destinam-se a definir ou redefinir lideranças que previamente estão estruturadas, a realinhar os apoios e a organização do aparelho, ao que consta, os "socratistas" perderam posições, como se compreende novas lideranças implicam novas fidelidades e novos jogos de poder e de influência.
Os Congressos partidários servem também para dar "tempo de antena" aos barões do partido que mostram a sua influência e peso, a antiguidade é um posto como diz o povo, e, naturalmente surgem os imprescindíveis apelos à unidade em torno do projecto, da estratégia, isto é, do líder em funções. Quando mudar logo se vê e repete-se a liturgia.
Os Congressos partidários cumprem ainda uma outra função, disponibilizar uns minutos de palco, de fama, aos congressistas anónimos vindos do aparelho patidario mais afastado do poder central ma mais próximo do poder local, do país profundo, e que, quase sempre, fora da cobertura mediática, produzem inflamadas intervenções cheias de amor partidário que os poucos presentes, estas intervenções são habitualmente agendadas para horas "mortas", têm a generosidade de aplaudir.
Quando acabar o Congresso do PS voltamos aos problemas das pessoas, o mundo não parou, e aguardamos o Congresso do próximo partido para repetir a liturgia.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

As organizações mafiosas, "COSA NOSTRA", "CAMORRA", "NDRANGHETA", entre outras, faziam as suas reuniões ou congressos, como lhe queiram chamar, para fazer alianças, promover, despromover e eliminar membros que tivessem jurado fidelidade ao chefe anterior. OBJECTIVO: FORTALECEREM-SE!!!

Tinham a sua hierarquia:
DON
CHEFES
SUB-CHEFES
CONSIGLIERE
CAPO
SOLDADO
ASSOCIADOS

Não faz sentido nenhum eu estar com esta verborreia que nada tem em comum com o congresso do PARTIDO SOCIALISTA PORTUGUÊS.

A minha cabeça já mistura as estações todas.

MIL PERDÕES!


VIVA!