quinta-feira, 3 de julho de 2014

SAUDADE

(Foto de Mico)

António, parece que foi ontem. Nós, novos, bonitos, ali em baixo na rua, a passear. Primeiro afastados, a olhar um para o outro, os tempos eram diferentes. Depois, já casados, gostávamos de passear de mão dada, sempre. As pessoas diziam que éramos doidos. Se calhar sim, só um bocadinho. Quando partiste fiquei zangada. De todas as promessas que me fizeste, foi a única que não cumpriste. Disseste que não me deixarias só, nunca.
Mas tu sabes, António, quando nos encontrarmos vamos, de novo, passear de mão dada, em qualquer rua. Mesmo que ainda nos chamem doidos.

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