domingo, 6 de julho de 2014

A GUINÉ EQUATORIAL NA CPLP. Bienvenida y muy limpia

"Como Obiang isolou Portugal e fez xeque-mate em Fevereiro"

O Público aborda hoje num extenso trabalho uma das mais vergonhosas situações que envolvem a diplomacia portuguesa e a sua política de "negócios estrangeiros". No próximo dia 23 de Julho na cimeira da CPLP a realizar em Dili, a Guiné Equatorial será aceite como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. É absolutamente escandaloso tal processo. O Dr. Rui Machete, Ministro português(?) dos Negócios Estrangeiros afirmava em 2 de Março que não "existiam razões para duvidar" da palavra da Guiné Equatorial. A realidade desmente, obviamente, a afirmação do do Dr. Machete, vendido aos "negócios estrangeiros" no sentido literal do termo.
Como é evidente,  a não ser que seja por "honoris causa" de que se não vislumbra a razão, não se percebe muito bem como um país que tem como língua oficial o castelhano, foi uma antiga colónia de Espanha, vai administrativamente mudar a sua língua oficial e passar a falar português para integrar a CPLP. 
É ainda reconhecido o regime ditatorial, cleptocrata e corrupto que a governa, com a família governante perseguida pela justiça internacional, a miséria brutal em que vive a esmagadora maioria do seu povo, desrespeito absoluto por direitos humanos incluindo a pena de morte em vigor, etc. e, sobretudo, como esta adesão, um "final feliz" como lhe chamou  o Secretário de Estado Campos Ferreira, poderá ser um favor ao regime que lave a sua imagem e isolamento na comunidade internacional.
É certo que a CPLP corre também o risco de se transformar em Comunidade dos Países de Língua Acordesa, mas a entrada de um país de língua castelhana ou, uma nova variante transitória, o "conhecido portunhol" é algo de estranho, no mínimo.
Tem rigorosamente nada a ver com este processo, evidentemente, mas a Guiné Equatorial é o terceiro maior produtor de petróleo da África subsariana.
Talvez Rui Machete quando referia que não tinha razões para duvidar do regime da Guiné Equatorial tivesse em mente as promessas de injectar dinheiro no Banif ou noutros "negócios estrangeiros" que comprem esta adesão e a tentativa de branqueamento internacional.
Uma "semvergonhice" decorrente da "realpolitik".

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