"Portugal na rota de traficantes de menores nigerianas"
Este negócio, o tráfico de pessoas, designadamente dos
grupos mais vulneráveis como as crianças, um dos mais florescentes e rentáveis
em termos mundiais, alimenta-se da vulnerabilidade social, da pobreza e da
exclusão o que, como sempre, recoloca a imperiosa necessidade de repensar
modelos de desenvolvimento económico que promovam, de facto, o combate à
pobreza e, caso evidente também em em Portugal, às escandalosas assimetrias na
distribuição da riqueza.
As pessoas, muitas pessoas, apenas possuem como bem, a sua
própria pessoa, o seu corpo, e o mercado aproveita tudo, por isso, compra e
vende as pessoas dando-lhe a utilidade que as circunstâncias, a idade, e as
necessidades de "consumo" exigirem.
O que parece ainda mais inquietante é o manto de silêncio e
negligência, quando não cumplicidade, que frequentemente cai sobre este drama
tornando transparentes as situações de escravatura, não se vêem, não se querem
ver.
Neste universo não conseguimos ouvir o coro dos escravos,
não têm voz, são coisas.
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